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quinta-feira, 25 abril, 2024

Entenda o plano de vacinação divulgado pelo Ministério da Saúde

Documento não apresenta data de início da imunização e pretende vacinar 51 milhões de brasileiros nas 4 primeiras fases

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SindSaúde DF
SindSaúde DF
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

O plano da campanha de imunização contra a Covid-19 foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), no último sábado (12). Elaborado pelo Ministério da Saúde, o documento possui 93 páginas que detalham como o Brasil pretende organizar a vacinação contra o novo coronavírus.

Dividido em 10 eixos, o texto comenta sobre as vacinas, o orçamento para a campanha, logística e estratégias de comunicação. Para a frustração da população, o plano não apresenta uma data específica para início da vacinação, apenas diz que haverá imunização de grupos prioritários no primeiro semestre de 2021.

Logo em seguida, o ministro Ricardo Lewandowski (STF), determinou que o MS deve apresentar em 48 horas informações sobre as datas de início e término da vacinação contra a Covid-19, inclusive de suas fases de implantação. O prazo foi estabelecido neste domingo (13).

Segundo o MS, a definição de uma data para iniciar a vacinação depende de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o registro das vacinas.

De acordo com o documento, a primeira fase de vacinação contra a Covid-19 será para grupos prioritários, considerados mais vulneráveis ou mais expostos à doença. Sendo eles: 5.886.718 trabalhadores da área de Saúde; 4.266.553 pessoas a partir de 80 anos; 3.480.532 pessoas de 75 a 79 anos; 198.249 pessoas de 60 anos ou mais que vivam em instituições como asilos; e 410.348 indígenas.

Na segunda fase serão imunizadas uma parcela de pessoas de 70 a 74 anos; de 65 a 69 anos; pessoas de 60 a 64 anos. Na terceira fase, 12.661.921 pessoas com comorbidades. E na Quarta fase, 2.344.373 professores, do nível básico ao superior; 850.496 profissionais de forças de segurança e salvamento; e 144.451 funcionários do sistema prisional.

Com isso, o Governo estimativa vacinar 51 milhões de brasileiros nas 4 primeiras fases.

O plano de vacinação cita usar doses da vacina produzida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. De acordo com o Governo, já existe um acordo para receber 100, 4 milhões de doses dessa vacina até julho de 2021.

O Brasil também tem acordo para aquisição de 42,5 milhões de doses do consórcio Covax, coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O documento diz que o Brasil já está em negociação para obter 70 milhões de doses da vacina da Pfizer. O plano lembra que o governo tem orçamento reservado para a compra de outras vacinas.

No eixo de logística, o texto trata de recebimento, armazenamento, envio e distribuição de insumos para vacinação. Segundo o MS, este trabalho será feito por uma empresa terceirizada.

Opinião dos especialistas

Pesquisadores que assessoram o MS foram surpreendidos com as suas assinaturas no documento. Em nota conjunta, os especialistas afirmam que não foram consultados antes do envio do plano de vacinação ao STF.
Em entrevista ao G1, eles apontam problemas na definição do grupo prioritário. Por exemplo, os especialistas não concordam com a exclusão da população carcerária, riberirinha e quilombola das primeiras fases.

De acordo com Ethel Maciel, epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o plano não pode trabalhar em cima da quantidade de doses de vacina que o governo já adquiriu, mas o contrário, levantar o número de pessoas dos grupos prioritários e depois o MS buscar a quantidade de doses necessárias. “Um plano ideal é aquele que você tem todos os grupos prioritários e o governo vai atrás das doses necessárias para que esses grupos sejam vacinados”, destaca Ethel.

Para Renato Kfouri, médico infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI), o plano não detalha questões importantes sobre insumos (como seringas e agulhas). “Também é preciso estar mais claro como vão ser distribuídos, onde vamos comprar as seringas e agulhas, por exemplo”, disse Kfouri.

Outro ponto crucial, segundo os especialistas é a apresentação de um cronograma mais bem definido. “O plano precisa incluir na sua redação as populações mais vulneráveis, os ribeirinhos, as pessoas privadas de liberdade. Eles precisam saber quantos são e em que fase eles serão vacinados. É sensato colocar um cronograma”, pondera Renato.

CLIQUE AQUI E LEIA O TEXTO COMPLETO DO PLANO DE VACINAÇÃO CONTRA COVID-19 DO MINISTÉRIO DA SAÚDE.

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