A afirmação de que o uso do inseticida Lambda-cialotrinada é ineficaz foi divulgado pela Fundação Fiocruz. O produto é usado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Portaria do ministério torna obrigatória a notificação de casos Zika
Diante da denúncia feita por pesquisadores da Fiocruz, de que o produto utilizado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal no combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue, da chikungunya e do zika vírus, não produzem o efeito esperado, o Ministério da Saúde esclareceu em nota ao Fato Online, que todos os inseticidas, larvicidas e adulticidas utilizados no Brasil para combater o inseto são indicados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autorizados pela a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária).
A nota do ministério informa ainda que o Lambda-cialotrina, citado pelos técnicos da Fiocruz não está entre os produtos autorizados, estão apenas autorizadas a utilização do piretróides e do organofosforado (malathion).
A nota informa ainda que o MS realiza constantes trocas dos produtos de acordo com avaliações técnicas, levando em consideração fatores relacionados à resistência do mosquito aos inseticidas.
“A eficácia da operação depende da observância de uma série de detalhes técnicos, como horário de aplicação (pouco antes e pouco após o nascer ou o pôr do sol), regulagem do equipamento, controle de qualidade do “spray”, velocidade do vento, capacitação técnica dos aplicadores, entre outros. A aplicação não deve ser feita sob chuva”, diz a nota. O documento ressalta que que o processo de nebulização espacial é utilizado para combater o Aedes aegypti na fase adulta e a melhor forma de controlar a infestação é não deixar o mosquito nascer.
“Após o nascimento (do mosquito), as operações de controle são mais difíceis, custosas e com efetividade diminuída. Por isso, a aplicação da nebulização espacial deve ser um incremento à inspeção mecânica de criadouros”, conclui a nota.
Já a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que todos os produtos utilizados no DF para combate ao mosquito são indicados pelo Ministério da Saúde.
Fiocruz
Uma pesquisa divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz, indicou que o inseticida Lambda-cialotrina, utilizado no combate ao Aedes aegypti pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal é ineficaz na eliminação do mosquito.
A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Denise Valle, está em Brasília para participar de uma reunião entre pesquisadores na sede da Opas (Organização Pan-americana de Saúde), nesta quinta-feira (18) para reunir informações sobre o zika vírus.
Notificação
O diário oficial da União publicou hoje uma portaria do Ministério da Saúde incluiu os casos de doenças decorrentes do vírus zika na Lista Nacional de Notificação Compulsória pelos serviços de saúde do país, tanto públicos como privados.
Com isso, as autoridades de saúde dos municípios, Estados e Distrito Federal devem ser comunicadas pelos profissionais de saúde sobre a ocorrência de contaminação da doença pelo vírus, bem como de morte de pacientes com suspeita da doença.
Para o ministro da Saúde, Marcelo Castro, a notificação é importante para construção de um mapa da enfermidade relacionada ao vírus zika. “Não fizemos antes porque não tínhamos testes que pudessem dizer com segurança, mas agora a confirmação é possível. Com a notificação compulsória, podemos fazer parte de nossas estatísticas e podemos dizer que tivemos tantos casos de zika”, disse.
No total, 48 doenças, agravos e eventos de saúde devem ter a notificação obrigatória. Enfermidades como a dengue e a febre chikungunya, que, assim como o zika vírus, são relacionadas ao mosquito Aedes aegypti, já constavam da lista.
Fonte: Fato Online