A matéria publicada pela revista Istoé deste final de semana impõe novo olhar sobre a denúncia e os estragos provocados por Liliane Roriz. A novidade, no caso dos áudios entregues pela filha caçula de Joaquim Roriz, está no depoimento de José Adenauer Aragão Lima para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), feito no dia 8 de dezembro 2015.
Aliás, ano que não acabou até hoje para Celina Leão (PPS) e mais quatro deputados distritais que compõem a Mesa Diretora: Raimundo Ribeiro (PPS), do mesmo partido da presidente da CLDF; o segundo secretário Júlio César (PRB) da corrente evangélica; o terceiro secretário Bispo Renato (PR) e Cristiano Araújo (PSD). Eles foram afastados em agosto deste ano, respectivamente, da presidência e da Mesa Diretora daquela Corte.
Adenauer, funcionário do gabinete da parlamentar que ocupava a vice-presidência da Câmara Legislativa na ocasião, deixou claro que a deputada tinha conhecimento da alteração da emenda que trata sobre suposto esquema de propina na saúde. Ele, ainda, revelou que Liliane conversou com Celina Leão para conhecer detalhes da proposta.
Entre idas, vindas e mudança da destinação da emenda, Adenauer contou ao MP como se desenvolve o processo legislativo, no caso de realocação das emendas. A partir deste depoimento, a deputada entra definitivamente no olho do furacão de emenda construída no apagar das luzes. Sabe-se que foram remanejados R$ 30 milhões do setor da educação para o pagamento de contratos com empresas do ramo de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) vencidos.
De acordo com Liliane, parte do dinheiro, depois de recebido pelas empresas, voltaria como forma de propina para os cinco deputados que teriam articulado o suposto golpe. Claro, segundo a revista semanal, a parlamentar só deixou de apresentar um sexto nome na trama, que seria o dela próprio.
O jogo de poder está posto. Enquanto medidas jurídicas tiram da Câmara Legislativa a capacidade de fazer jus ao voto popular, no esgoto, forças vindas do lado do Executivo local, manipulam e votam as propostas, antes questionadas pelo colegiado.
Sinceramente, olhando pra CLDF, Montesquieu, que escreveu brilhante ponto de vista a respeito da independência entre poderes, deve se estrebuchar no túmulo.
Fonte: Blog Brasília