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sexta-feira, 26 abril, 2024

MACHISMO – Gestora da UBS nº 5 do Recanto das Emas sofre perseguição e coação

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SindSaúde DF
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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

O SindSaúde recebeu a denúncia da servidora Antonia Clea Camelo, gerente de Serviços de Atenção Primária nº 5 do Recanto das Emas, que está sofrendo constantes assédios e perseguições por parte de João Leite, analista na mesma unidade de Saúde. Os casos de machismo já foram relatados à Diretoria Regional de Atenção Primária à Saúde (DIRAPS) e em boletim de ocorrência policial. Até o momento da publicação desta matéria, nada foi feito pelas autoridades responsáveis para que a servidora seja protegida.

A presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, foi até a UBS nº 5 do Recanto das Emas na tarde desta segunda-feira (4), para apurar a situação e cobrar as autoridades para que algo seja feito de concreto na proteção das servidoras do local, sobretudo da gestora Antonia.

O agressor pode estar ao seu lado

A vítima relata que no dia 26 de agosto de 2021, o Ministério da Saúde utilizava a unidade para realização de filmagens, até que o João gritou com Antonia questionando a realização da ação no local, tendo em vista que o estacionamento estava fechado para a realização do evento. O questionamento dele era sobre a autorização para o evento, sendo que o ato foi autorizado pela Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) da SES.

João continuou a intimidar a gestora, pois a sala administrativa da unidade estava trancada, já que este local guarda documentos que estão na responsabilidade de Clea. Toda a discussão foi na frente dos servidores do MS. Já no corredor da UBS, João começou a usar palavras de baixo calão contra Antonia, o que está devidamente registrado na ocorrência policial.

Apenas com mulheres

Durante o período de férias de Antonia, o servidor também faltou com respeito com a substituta da gestora. Além de ter gritado com outra analista da unidade, o que resultou no afastamento da profissional por um mês por motivos relacionados ao evento.

“O ambiente de trabalho está muito tenso, prejudicando não somente minha relação com ele, mas causando transtorno a toda a equipe, principalmente às mulheres, que são o principal alvo de seu destempero”, afirma Camelo.

A servidora já precisou ser medicada após uma crise de ansiedade sofrida após tamanha opressão e perseguição.

Machismo

Para Marli Rodrigues, este é um caso claro de machismo que não pode ser tolerado na sociedade e, muito menos, em uma unidade de saúde. “O machista não suporta ver uma mulher em posição de autoridade e sua inquietação é manifestada por meio de violência contra ela. Este tipo de opressão é a base de uma pirâmide que acaba com agressão física e morte de mulheres, não podemos aceitar isso”, destaca.

O SindSaúde não tolera a prática do machismo na SES e luta para que as servidoras sejam respeitadas em seu ambiente de trabalho, nas ruas e em suas casas. Lugar de mulher é onde ela quiser e a cultura da submissão e da inferioridade da mulher não faz mais parte dos novos tempos.

De acordo com Marli, é durante o caminho da perseguição que as autoridades devem tomar alguma atitude. “É ao longo do processo de assédios, a partir de seu início, que algo deve ser feito na proteção das mulheres. A SES e a DIRAPS não podem ser negligentes neste sentido, pois a demora pode resultar no pior e aí nada mais poderá ser feito pela servidora”, pondera.

“Já cobrei do Superintendente da Região de Saúde Sudoeste que algo seja feito e a servidora e todas as mulheres da UBS nº 5 do Recanto das Emas sejam protegidas e que seus direitos sejam assegurados. Nós mulheres não vamos nos calar perante atos de assédio, violência ou perseguição. Para o machismo todo o rigor da Lei”, finaliza Marli.

Denuncie

Atenção, mulher! Não espere o pior acontecer e denuncie. Só em 2020, o Brasil registrou 17 milhões de mulheres que sofreram algum tipo de violência física, psicológica ou sexual, dados do Datafolha. Por isso, procure seus direitos e os canais de denúncia.

Sinal Vermelho contra a violência doméstica

A proposta partiu da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), virou a Lei nº 14.188/21, e diz que as vítimas podem apresentar o sinal “X” em vermelho na palma da mão no local que estiverem. A polícia deverá ser acionada pelo estabelecimento, a fim de propiciar o acolhimento e a assistência da vítima, resguardado o direito ao sigilo e à privacidade durante todo o processo.

  • O espaço para resposta dos envolvidos está aberto pelo SindSaúde.
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