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quarta-feira, 8 maio, 2024

Um gestor para cuidar dos males da saúde

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SindSaúde DF
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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Novo chefe da pasta nunca teve experiência na área, mas governador define que problema no setor é de gestão. Ligado à família Sarney e recém-desfiliado do PT, Fábio Gondim teve recepção desconfiada de sindicato e deputados distritais.

Ex-secretário de Planejamento do Maranhão e candidato a deputado federal pelo estado na última eleição, Fábio Gondim é o escolhido do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para chefiar a Secretaria de Saúde. Consultor legislativo do Senado Federal, o novo secretário nunca trabalhou diretamente com saúde pública. O chefe do Executivo local justificou que foi uma escolha técnica, “por se tratar de um gestor competente”, apesar de Gondim ser muito ligado à família do ex-presidente da República José Sarney (PMDB) e ter se desfiliado do PT para assumir o cargo. “O problema na área é de gestão. Por isso, nós escolhemos um profundo conhecedor da máquina pública para o posto”, explicou o socialista.

Há mais de um mês, Rollemberg confidenciava a assessores próximos a insatisfação com João Batista de Sousa e a vontade de tirá-lo do comando da saúde — em reunião de secretariado, o socialista chegou a perder a paciência com o auxiliar. A insatisfação do governador era motivada pelos graves problemas no setor que, desde que assumiu o Palácio do Buriti, não foram solucionados. O desabastecimento de medicamentos e de insumos nos hospitais e o surto de superbactéria na rede pública ajudaram a cavar a cova de Batista — 107 pessoas foram infectadas por superbactérias nos hospitais do DF. Além disso, a indisposição com órgãos federais, devido a desencontro de informações sobre situações específicas, contribuiu para a queda do ex-secretário, que assumirá a Diretoria da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde do GDF.

Lacônico
Questionado sobre como resolver os problemas do setor, Gondim foi lacônico. “Gestão. Minha resposta poderia ser só essa palavra”, afirmou, antes de completar: “Faltou seringa por quê? Porque em algum momento um processo interno falhou”. Gondim apontou prioridades. “É muito importante descentralizarmos o modelo de gestão para darmos maior agilidade a processos, como o de compra de medicamentos e assinatura de contratos”, disse, antes de repetir o discurso de João Batista no início de gestão, ao prometer a melhora na atenção básica e a diminuição das filas dos hospitais. “É preciso garantir que os pacientes tenham assistência de qualidade nos hospitais. Melhorar as emergências e os prontos-socorros é fundamental.”

Este ano, a Secretaria de Transparência e Controle do Maranhão apurou o envolvimento de Gondim e da ex-governadora Roseana Sarney em uma suposta fraude no portal da pasta. “Quem conhece minha história sabe que isso é coisa absolutamente absurda. Vai ser tranquilo justificar para o Ministério Público que se trata de um equívoco da atual administração”, explicou-se Gondim.

A saúde é um dos principais problemas do Distrito Federal, o que explica a preocupação de Rollemberg com a área — uma vez que dificilmente terá o apoio da população nas próximas eleições se a crise continuar. Ainda no fim do ano passado, na transição de uma gestão para outra, o governador escolheu o médico Ivan Castelli para a secretaria. O indicado, contudo, alegou “problemas pessoais” e afastou a possibilidade de assumir a pasta. Batista, por indicação do próprio Castelli e por ter um currículo recheado — foi vice-reitor da Universidade de Brasília e diretor do Hospital Universitário — acabou convidado, com menos de 48 horas para responder.

Repercussão
O anúncio foi recebido com preocupação pelo Sindicato dos Médicos do DF (Sindmédico-DF). “Essa indicação é uma incógnita. Ele não conhece o processo de trabalho, não tem conhecimentos técnicos e não sabe as dificuldades dos profissionais da área”, afirma o presidente da entidade, Gutemberg Fialho. Ele fez uma comparação entre Fábio e José Serra, que era senador quando assumiu o Ministério da Saúde, entre 1998 e 2002. “Ele (Serra) tinha um articulador”, explica, ao se referir ao político Barjas Negri. Diretora do Sindicato, Marli Rodrigues criticou ainda mais duramente. “As coisas não são tão simples assim para responder apenas com a palavra ‘gestão’. O problema não é esse: a saúde é linear. Precisamos de muito mais. O secretário não demonstrou conhecimento algum sobre a saúde pública de Brasília”, disparou.

Fonte: Correio Braziliense

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