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quarta-feira, 15 maio, 2024

Adaptação do mercado de trabalho no Distrito Federal para a inclusão da população idosa

O SindSaúde e o Governo do DF discutem a inclusão de trabalhadores aposentados da saúde no mercado de trabalho

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É notável o crescimento da população idosa no Distrito Federal, tornando-se uma parte significativa da futura força de trabalho. Essas estatísticas ressaltam a necessidade de adaptação do mercado de trabalho para a inclusão do público da terceira idade, reconhecendo que permanecer ativo, seja em um emprego ou através de capacitação, é sinônimo de saúde.

Com este objetivo em mente, o SindSaúde está agendando uma reunião com o governo para discutir essa questão fundamental. “Estamos buscando formas de incluir os profissionais da área da saúde que já se aposentaram, mas desejam continuar no mercado de trabalho, com uma carga horária reduzida e uma remuneração justa.”, relatou a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.

Até 2030, espera-se que as pessoas idosas representem 16,6% da população do Distrito Federal, superando em quantidade a população de crianças e adolescentes. Em 2021, dos 356.514 mil habitantes com 60 anos ou mais, 13,7% estavam envolvidos em alguma ocupação, seja no setor público, na iniciativa privada ou como autônomos. Esta crescente força de trabalho da terceira idade está destinada a se tornar um pilar importante da economia local.

No entanto, o desenvolvimento de políticas de contratação para idosos ainda enfrenta desafios, como a baixa escolaridade em comparação com o restante da população e a necessidade de inclusão digital, que se tornou crucial no mercado de trabalho, especialmente após a pandemia. A força desse grupo reside na riqueza de experiência acumulada ao longo da vida.

É importante notar que a maioria das pessoas idosas do Distrito Federal possui educação de nível superior (26,8%), seguida por aqueles com ensino fundamental incompleto (24,1%) e ensino médio completo (21,5%). No entanto, o acesso à internet ainda é desigual, com uma porcentagem menor entre os idosos de faixas etárias mais avançadas.

Outra consideração relevante é reconhecer a diversidade das demandas das pessoas idosas, especialmente entre aqueles com 65 anos e aqueles com 80 anos ou mais. Algumas nações já adotam o conceito de “quarta idade” para indivíduos com mais de 80 anos, devido ao aumento da expectativa de vida. Hoje, as pessoas com 60 anos têm melhores condições de saúde em comparação com o passado.

Para atrair as pessoas idosas de volta ao mercado de trabalho, é fundamental combater os estigmas que frequentemente as infantilizam ou desvalorizam, uma forma de preconceito conhecida como etarismo. Além disso, pensar em grupos de trabalho mais diversos e inclusivos é um ponto de partida crucial para a integração bem-sucedida da terceira idade.

A psicóloga Lays Parentes, idealizadora do projeto “Atividade na Melhor Idade”, destaca a importância de adaptar o ambiente de trabalho, oferecendo programas de bem-estar, treinamento contínuo e flexibilidade de horários. Cumprir esses requisitos pode não apenas beneficiar a saúde mental dos idosos, mas também promover a criação de vínculos e a socialização por meio do trabalho.

Muitos idosos enfrentam o isolamento social devido à perda de amigos e familiares, à aposentadoria e às dificuldades de locomoção, o que pode resultar em problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade. Portanto, é essencial criar oportunidades que incentivem a participação ativa da terceira idade na sociedade e no mercado de trabalho.

Além disso, as famílias estendidas, nas quais várias gerações coabitam, têm uma ocorrência menor no Distrito Federal (9,61%), em comparação com estados mais pobres do nordeste e do norte. Isso significa que muitos idosos vivem sozinhos ou com um cônjuge, tornando ainda mais importante a integração deles na força de trabalho para garantir seu sustento e bem-estar.

A renda média das pessoas com mais de 60 anos no Distrito Federal em 2021 foi de R$ 3.888,40, com grandes despesas concentradas em serviços de saúde, como remédios e planos de saúde. Aposentar-se não significa necessariamente parar de estudar, pois muitos idosos continuam buscando conhecimento em instituições formais de ensino e cursos diversos.

Para atender à necessidade de atividades educacionais voltadas ao envelhecimento saudável e ativo, foi criado o curso de extensão Universidade do Envelhecer (UniSER) na Universidade de Brasília (UnB) em 2015. Este programa visa promover a qualidade de vida e as mudanças de paradigmas da população mais velha, capacitando-os a atuar na própria velhice e a ocupar espaços significativos na sociedade.

Muitos idosos, como Cleunice e Algemira, encontram significado e saúde ao permanecerem ativos no mercado de trabalho. Para eles, parar de trabalhar representa um desafio, pois desejam continuar contribuindo e se mantendo ocupados. Esses exemplos mostram que a terceira idade é uma valiosa fonte de experiência e energia, e é essencial criar oportunidades e ambientes que permitam que eles continuem a prosperar.

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