A Fiocruz publicou na sexta-feira (17), uma nova edição do Boletim do Observatório Covid-19, que indica quedas significativas no número de casos e óbitos no Brasil em 2021, apresentando até o momento a maior queda desde o início do ano. Segundo o estudo, a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos encontra-se no melhor cenário desde o início do monitoramento do indicador.
De acordo com a pesquisa, foram 12 semanas consecutivas na queda do número de pessoas com Covid-19, sendo agosto, até então o mês com a menor taxa de casos e mortes, com uma redução de 3,8% ao dia no número de óbitos na Semana Epidemiológica (SE 36). Já o número de casos, apesar de apresentar queda, passou por algumas oscilações ao longo das últimas 12 SE, onde foram registrados entre as semanas 5 e 11, um total de 15,9 mil infectados pelo Coronavírus.
No entanto, apesar da análise das Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), executada pelo InfoGripe/Fiocruz, apontar tendência de melhoras no quadro geral do país, o estudo alerta para a avaliação de média móvel das últimas semanas, avaliando o número de infectados com o número de habitantes por cada estado é mostrado que os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Goiás e o Distrito Federal ainda estão com taxas consideradas altas, com mais de 5 casos a cada 100 mil habitantes.
Vacinação
No estudo é pontuado que é fundamental o alinhamento dos cronogramas de vacinação, priorizando municípios fronteiriços, evitando assim a migração desnecessária de pessoas em busca da vacina, o que pode consequentemente fazer com que ocorra a dispersão do vírus e até mesmo a circulação da Variante Delta.
“A circulação da variante Delta é um agravante no cenário atual, principalmente porque, em alguns locais, o processo de reabertura se torna cada vez mais acelerado e menos criterioso. No entanto, os imunizantes têm demonstrado sua eficiência, reduzindo o número de internações e óbitos, mesmo num cenário de alta de casos. Entretanto, o comportamento da população e as decisões dos gestores podem ainda criar um cenário caótico, que pode ser amplificado em função do surgimento de novas variantes mais infecciosas e com maior potencial de transmissão”, diz o documento.
Atualmente, segundo dados do MonitoraCovid-19, compilados com base nas informações das secretarias estaduais de Saúde, cerca de 214 milhões de doses de vacinas foram administradas no país. Número correspondente a imunização de 86% da população com a primeira dose e 47% da população com o esquema de vacinação completo, considerando a população adulta (acima de 18 anos).
Segundo os pesquisadores do Observatório, a vacinação tem avançado de forma instável e que o atraso pode trazer diversas complicações, considerando que o cenário atual mostra que, uma vez beneficiada de forma mais homogênea com a vacinação, a população tende a ter relativamente mais casos graves e fatais entre idosos, o que pode trazer de volta a alta nos índices de mortes de pessoas com idades mais avançadas.
• Com informações do portal da Fiocruz