Manifestantes fecharam a Avenida Hélio Prates e fizeram ‘apitaço’. Congestionamento às 11h chegava a 3 km no sentido Taguatinga.
Servidores da saúde do Distrito Federal fecharam a avenida Hélio Prates, no centro de Ceilândia, na altura do hospital regional, por volta de 10h30 desta quinta-feira (15). O ato foi um novo protesto contra atrasos no pagamento de benefícios à categoria.
Segundo o Detran, aproximadamente 70 pessoas participaram da manifestação. Os servidores carregaram faixas e fizeram um “apitaço”. Motoristas passavam com os carros por cima do canteiro central da avenida para fugir do bloqueio. Segundo o Detran, às 11h o congestionamento já alcançava 3 km sentido Taguacenter. Os carros foram desviados para a QNM 17. A via foi liberada por volta de 12h30.
Os servidores estão em greve desde sexta-feira (9) para cobrar pagamentos em atraso, como horas extras e 13º. Nesta quinta, o governo deve apresentar à categoria um cronograma para quitar salários e benefícios. De acordo com o Sindsaúde, caso não haja acordo com o GDF, os servidores devem intensificar o movimento e mais trabalhadores devem aderir à paralisação, inclusive os médicos.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Médicos, Carlos Fernando, representantes dos sindicatos vão se reunir nesta quinta com o governador Rodrigo Rollemberg. “Amanhã estarão reunidos todos os sindicatos com o secretario de governo e com o governador para tratar sobre o pagamento de tudo e resolver esse déficit da gestão passada”, disse. “Se não tiver uma proposta digna, concreta, nós vamos parar totalmente.”
“A expectativa é que seja liberado o calendário contemplando o anseio da categoria. Esperamos que hoje saia o que a gente espera, nosso benefício”, disse o diretor do sindicato, Alcione Barros.
Ação na Justiça
A Procuradoria-Geral do Distrito Federal entrou com uma ação no Tribunal de Justiça pedindo o fim da greve dos servidores da Saúde. O órgão diz que a paralisação é ilegal porque não houve notificação prévia, pela necessária continuidade da prestação de serviço público e porque está em curso a negociação entre o SindSaúde e o GDF.
A ação, em caráter liminar, foi protocolada na 2ª Câmara Cível do TJ e ocorre um dia depois que a Secretaria de Saúde enviou um ofício à Procuradoria solicitando o fim da greve. Segundo a pasta, a paralisação tem prejudicado o atendimento à população nas unidades de saúde e nas farmácias de alto custo.
Caso a greve não seja considerada ilegal, os promotores pedem que “seja totalmente garantida a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da população”.
A Procuradoria pede que a Justiça determine retorno imediato da categoria ao trabalho, estabelecendo uma multa de R$ 100 mil para cada dia de descumprimento da decisão.
A presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (Sindsaúde), Marli Rodrigues, disse ao G1 que a categoria não vai recuar e que os trabalhadores vão permanecer parados. “A greve continua. Não vamos entregar o jogo no primeiro tempo. Nossa greve é justa porque é por salários para famílias de trabalhadores.”
Fonte: G1