Representantes das principais centrais sindicais de todo o país marcaram presença no encontro, realizado no Palácio do Planalto, hoje, 18 de janeiro.
A emoção e a vontade de diálogo com o chefe do Executivo era visível entre os participantes. Todos queriam ver o presidente Lula e tirar uma foto, o que foi bem difícil frente ao número de pessoas, mais de 500 convidados.
Os acontecimentos terroristas contra as sedes dos Três Poderes abriu o discurso do presidente, mas não por muito tempo, afinal, é hora de discutir o futuro, e as pautas trabalhistas estão incluídas no seu compromisso de governo.
“Foram quatro anos em que trabalhadores não eram ouvidos pelo governo federal”. “Vamos voltar a dialogar com todos para pensar as transformações no mundo do trabalho e uma vida melhor para o povo”, declarou o presidente.
Depois, o assunto foi o salário mínimo. Para isso, o presidente falou sobre a criação do grupo de que irá tratar sobre a Política de Valorização do Salário Mínimo, que trará uma fórmula de cálculo permanente para o piso nacional. Lula disse que o salário mínimo precisa subir de acordo com o crescimento da economia, em equivalência ao aumento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de bens e serviços produzidos no país.
“Já provamos que é possível aumentar o salário mínimo acima da inflação. E o mínimo é a melhor forma de fazermos distribuição de renda nesse país. Não adianta o PIB crescer se ele não for distribuído. O PIB já cresceu 14% ao ano nesse país e o trabalhador ficou mais pobre. Porque se o PIB cresce e fica só com o dono da empresa, quem fez o PIB crescer não ganha nada, que é o trabalhador brasileiro”, disse o presidente.
O grupo de trabalho foi criado a partir de um despacho assinado no mesmo dia do evento (18) pelo presidente e terá prazo de 90 dias para a conclusão dos trabalhos. Fazem parte os ministérios do Trabalho e Emprego, da Fazenda, do Planejamento e Orçamento, da Previdência Social, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e a Secretaria-Geral e Casa Civil da Presidência. Segundo Lula, as centrais sindicais também serão ouvidas para a construção da proposta.
“O mundo do trabalho mudou, é preciso se modernizar, se reinventar a nível de estrutura sindical, por isso que vamos criar uma comissão de negociação com sindicatos, governo e empresários”, afirmou o presidente.
Lula dividiu o discurso com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galipolo e líderes sindicais (ver lista completa abaixo).
Após os pronunciamentos, a presidente do SindaSaúde, Marli Rodrigues, conversou com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sobre a valorização do salário, principalmente a dos trabalhadoras da Saúde.
O ministro afirmou que primeiro passo é arrumar a casa, melhorar o poder de compra do salário mínimo, mantendo a inflação controlada.
Para a presidente do SindSaúde, o encontro se mostrou positivo, dando voz novamente aos trabalhadores e seus representantes, principalmente quando o ministro Marinho reafirmou o seu compromisso com a valorização salarial não só com os dos trabalhadores da Saúde, mas com os de todas as categorias.
Abaixo lista dos 10 líderes de sindicatos presentes no evento:
- Presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antônio Neto
- Presidente da Intersindical Central Sindical, Nilza Pereira
- Presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Moacyr Roberto Tesch Auersvald
- Presidente da Central Pública, José Gozze
- Presidente da Central Conlutas, Luiz Carlos Prates
- Presidente da Intersindical Instrumento de Lutas, Emanuel Melato
- Presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo
- Presidente da União Geral de Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah
- Presidente da Força Sindical, Miguel Torres
- Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre