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sexta-feira, 3 maio, 2024

Defensor das OSs, secretário de Saúde parece desconhecer maus exemplos

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SindSaúde DF
SindSaúde DF
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

 

O Jornal de Brasília desta sexta-feira (8) traz uma fala do secretário de Saúde, Humberto Fonseca, citando as organizações sociais como uma possível melhoria para a saúde pública do Distrito Federal. Esta é só mais uma das diversas demonstrações favoráveis ao modelo que o gestor tem dado desde que assumiu a pasta, no início de março. Durante audiência pública realizada ontem (7) na Câmara Legislativa (CLDF), por exemplo, Fonseca deixou claro seu posicionamento (clique aqui para conferir a matéria).

Ao defender as OSs, o secretário ignora exemplos de péssima prestação de serviços e escândalos de corrupção envolvendo o modelo pelo país afora. No estado do Rio, por exemplo, das dez organizações contratadas pela Secretaria Municipal de Saúde, pelo menos oito sofreram denúncias do Tribunal de Contas do Município (TCM) ou ações do Ministério Público Estadual sobre superfaturamento, má qualidade na prestação de serviços e superlotação de hospitais. Um relatório do TCM aponta que houve irregularidades no contrato de nove OSs entre 2011 e 2013, um rombo de R$78 milhões.

No Recife, durantes visitas realizadas no ano passado, o SindSaúde encontrou esperas intermináveis por consultas em uma UPA, enquanto os hospitais que atendiam apenas pacientes triados, estavam vazios. O Hospital Pelópidas Silveira sequer tinha alvará de funcionamento.

E nem precisamos ir tão longe. Goiânia também padece com a gestão das OSs em três importantes unidades de saúde: Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), o Hospital Geral de Goiânia (HGG) e o Centro de Reabilitação Dr. Henrique Santillo (Crer). Por lá é rotineiro ver pessoas se amontoando nas UPAs em busca de atendimento, sem o mínimo de conforto.
Além de tudo isso, o DF já teve inúmeras experiências fracassadas com terceirização. Basta relembrar os casos da Real Sociedade Espanhola, Instituto Candango e da Fundação Zerbini.

Diante de tantos maus exemplos, só mesmo o secretário de Saúde acredita que uma organização social dará conta do recado… É admirável que uma pessoa tão jovem, que não tem experiência nenhuma com saúde pública, que fez medicina e continuou funcionário do Senado, seja defensor de um modelo tão fracassado. Não quero dizer que a juventude está perdida, mas talvez as estruturas palacianas não o permitam ter um olhar de conhecimento do sofrimento do povo, das demandas judiciais e tampouco das quadrilhas que roubam o serviço público para colocar em bolsos de ‘extraordinários espertalhões’ que conseguem, inclusive, estar em dois lugares ao mesmo tempo.

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