A Fiocruz divulgou nesta quinta-feira (27), um novo Boletim do Observatório Covid-19 que alerta para o agravamento da pandemia nas próximas semanas. O estudo aponta que o número de óbitos pode se elevar novamente, chegando a 2.200 mortos por dia. Na última Semana Epidemiológica (de 16 a 22 de maio), SE 20, demonstra um crescimento na taxa de incidência de casos novos de Covid-19.
Os índices de agravamento são devido a mais testes realizados pela população, demonstrando uma maior circulação do vírus Sars-CoV-2. Essas infecções podem resultar na piora da pandemia, afirmam os pesquisadores do Boletim.
Outro fator prejudicial é o rejuvenescimento da pandemia. É notável que as novas variantes que circulam no país estão se espalhando rapidamente e afetando um grupo mais jovem de pessoas. O estudo destaca que essa faixa etária está mais exposta em condições precárias de trabalho e transporte, além da abertura de atividades econômicas e de lazer.
“Esse contexto vai gerar novas pressões sobre todo o sistema de saúde. O aumento no número de internações, demonstrado pelo novo aumento das taxas de ocupação dos leitos de UTI é resultado desse novo quadro da pandemia no Brasil”, revelam.
Medidas
O boletim ressalta a importância de intensificar ações de vigilância em saúde, reforçando estratégias de testagem, controle de voos internacionais, a fiscalização de eventos de massa e atividades que promovam a interação social. O sistema de saúde precisa estar mais preparado, até o maior grau de complexidade.
É necessário que o governo federal assuma um papel de liderança e responsabilidade no desenvolvimento, criando medias coerentes destinadas à prevenção da pandemia. Isso incluiria bloqueio/lockdown nas regiões e Estados em que há um aumento de casos e onde a taxa de ocupação de leitos esteja superior à 80%. E que façam urgentemente a implementação da vacinação para todas as faixas etárias.
UTI
As taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS tiveram um aumento ou permaneceram estáveis, entre os dias 17 e 24 de maio de 2021. Oito estados e o Distrito Federal atingiram taxas de ocupação iguais ou superiores a 90%: Piauí (91%), Ceará (92%), Rio Grande do Norte (97%), Pernambuco (98%), Sergipe (99%), Paraná (96%), Santa Catarina (95%), Mato Grosso do Sul (99%) e Distrito Federal (96%).
