Novo estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em parceria com o Instituto D’Or e a UFRJ, coordenado pelo brasileiro Thiago Moreno, aponta que pessoas que contraíram a Covid-19, e tiveram sintomas mais brandos ou assintomáticos, podem contrair novamente a mesma variante, só que com sintomas mais fortes.
Segundo o estudo, o caso de ser infectado pela mesma variante acontece porque o paciente não teria criado uma memória imunológica. No caso de outra cepa, ela “escaparia” da vigilância, não seria reconhecida pela memória gerada anteriormente por ser um pouco diferente.
Os cientistas acompanharam um grupo de 30 pessoas semanalmente de março a dezembro de 2020. Quatro pacientes tiveram Covid duas vezes. A equipe identificou, por meio de sequenciamento genético, as duas infecções, mesmo nos casos em que a reinfecção foi provocada pela mesma variante. Nos 4 casos, a 1ª infecção provocou sintomas leves. Na 2ª, os sintomas foram mais frequentes e mais graves, mas não houve necessidade de hospitalização.
“Essas pessoas só tiveram de fato a imunidade detectável depois da segunda infecção. Isso leva a crer que para uma parte da população que teve a doença de forma branda não basta uma exposição ao vírus, e sim mais de uma, para ter um grau de imunidade, isso permite que uma parcela da população que já foi exposta sustente uma nova epidemia” afirma o coordenador da pesquisa, Thiago Moreno.
Para o coordenador, o novo estudo pode dar margem a mais pesquisas, como por exemplo, investigar se uma pessoa pode ter uma predisposição a contrair o Sars-CoV-2, mas que para isso, seria necessário um estudo com uma parcela maior da população.