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terça-feira, 7 maio, 2024

Auxiliares de Enfermagem são servidores que mais se afastam por doenças

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SindSaúde DF
SindSaúde DF
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Em 3 anos, média de servidores do cargo que pediram licença chega a 24,8 mil

Os auxiliares de enfermagem são os que mais sofrem com doenças no trabalho e afastamentos decorrentes de problemas de saúde na rede púbica do Distrito Federal. Os dados são da Secretaria de Saúde e foram enviados ao SindSaúde por meio da Lei de Acesso à Informação.

Entre 2015 e 2017, 24.832 auxiliares de enfermagem deixaram seus postos na rede pública de saúde em licenças médicas. Eles fazem parte da carreira de assistência à saúde, que teve, ao todo, 61.402 servidores afastados nos últimos três anos.

Enfermeiros, técnicos administrativos, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde também estão entre as categorias que mais têm se licenciado para tratar da saúde na Secretaria de Saúde.

Afastamentos seguidos

A enfermeira Marília* está entre os apontados pela pasta como servidor afastado da função. Ela trabalha desde 2002 na rede pública e já precisou ficar longe do trabalho em quatro momentos diferentes, um deles por quase dois anos para tratar um problema psicológico que chegou a causar perda de memória.

“A realidade e as condições de trabalho que temos são horríveis e isso reflete na nossa vida”, diz ela. Desta vez ela está longe da função há três meses. Foi encaminhada para tratamento psiquiátrico, mas nas três consultas marcadas, o médico não estava: também está de licença médica.
“A realidade é essa. Eu não tenho condições de voltar a trabalhar, preciso de um relatório médico e nem isso consigo consultar para pegar. Eu não consigo tratamento”, reclama ela.

Números

Foram 9,6 mil enfermeiros, 8 mil técnicos administrativos, 5,9 mil técnicos de enfermagem e 3,2 mil agentes comunitários de saúde afastados entre 2015 e 2017, um número considerado grande pela presidente do SindSaúde-DF, Marli Rodrigues.
“Esse é um alerta que nós temos dado há muito tempo. O servidor está adoecendo, seja pela falta de condições dignas de trabalho, seja pelo estresse gerado todos os dias, seja pelo descaso dos governantes com essa realidade”, aponta.

Mais de 15 mil afastamentos médicos nos últimos 3 anos. Aliado à baixa do pessoal da enfermagem e à baixa contratação para substituir as vacâncias e aposentadorias, a realidade posta é que a população está cada vez mais desassistida.

“Todos são vítimas dessa gestão irresponsavel e competente que, em vez de enfrentar o problema e buscar soluções, se esforçam em criar um estigma negativo para quem trabalha na ponta, no contato com o paciente, tensionando sobremaneira uma relação que precisa ser harmônica”, alerta Marli. E arremata “com esse jogo de empurra e essa campanha ostensiva jogando a população contra o servidor, esses adoecem, se aposentam ou até se demitem por falta de estímulo em continuar na área! Tudo isso, calculado friamente para terceirizar!”, acusa a Presidente do Sindicato.

O SindSaúde-DF está na campanha do Setembro Amarelo pela conscientização contra o suicídio e fomentando políticas de valorização e assistência à saúde mental e laboral dos servidores

*nome fictício

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