Auxiliares da lavanderia do Hospital Regional de Samambaia (HRSam) choraram ao descobrirem que foram tratados com discriminação e não receberam o pagamento das horas extras trabalhadas em agosto. Com isso, eles se viram obrigados a suspender, a partir de hoje (18), a atividade das horas extras. Estamos falando de pessoas de grande valor, que vêm se desdobrando por dias e dias, em condições precárias de trabalho, e que, depois de tanto esforço, a única coisa que receberam foi um tremendo calote. No HRSam, apenas servidores de demais categorias receberam o pagamento das horas extras.
Os servidores emitiram comunicado para avisar que se viram impossibilitados de continuarem cumprindo horas extras sem recebê-las. Todavia, foi com desdém que a gerente de apoio operacional da unidade, Maria Verediana C. de Carvalho, recebeu a notícia. Segundo fontes, ela disse que encherá a lavanderia de apenados da Funap (Fundação de Apoio ao Preso) e dos terceirizados da limpeza, da Ipanema.
“Essa senhora está tentando agradar o governo dando calote nos servidores para aparecer. Há uma forte intenção de terceirizar. Isso é para perseguir os servidores e prejudicar totalmente o serviço que não tem como ser feito sem o trabalho dos AOSDs. Ela está colocando pessoas despreparadas para trabalhar com roupa contaminada. É inaceitável!”, critica a presidente do SindSaúde-DF, Marli Rodrigues.
Conforme informações recebidas, o processo das horas extras de agosto de alguns setores do hospital não foi encaminhado a tempo. O procedimento foi aberto ainda em junho e sua tramitação, entre idas e voltas, levou cerca de 90 dias na superintendência e mais de cem dias na Subsecretaria de Gestão de Pessoas (SUGEP) da Secretaria de Saúde. Mas essas análises geralmente são feitas em apenas duas semanas. “Está mais do que claro que o processo sofreu um descaso. Seria isto um mero erro ou algo intencional? Para nós, há uma clara discriminação com os servidores de nível médio e básico.”, avalia a presidente do SindSaúde-DF, Marli Rodrigues.
Servidores que fizeram horas extras na regional de Santa Maria (HRSM) também não receberam. Em nota, a SES-DF informou que o pagamento das horas extras foi efetuado na segunda-feira (16) e que o servidor que não tiver recebido o valor deve entrar em contato com o Núcleo de Pessoal de sua regional e requerer revisão do repasse.
“Duvido que a SES faça esse pagamento porque a SUGEP é dirigida por uma paraquedista e incompetente chamada Jaqueline, que demonstra claramente quando paga um e não paga os outros. E a superintendência faz vistas grossas e prejudica os servidores. Duvido que tenha competência para pagar na data combinada. Prova que é incompetente e pague!”, desafiou Marli Rodrigues.
O departamento jurídico do SindSaúde-DF ressalta ainda que os sindicalizados devem buscar atendimento para ingressarem com ação de cobrança individual o quanto antes. O atendimento é feito de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h, na sede do SindSaúde. O telefone para contato é 4063-9077.
