Os integrantes da Comissão de Inquérito Parlamentar da Saúde (CPI da Saúde) aprovaram na 9ª Reunião Extraordinária a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de cinco empresas contratadas para prestar serviços nas unidades de terapia intensiva (UTIs) na rede pública de saúde do Distrito Federal. Esses contratos teriam sido beneficiados com os recursos liberados após o acerto de suposto pagamento de propina a deputados.
Serão investigados Hospital Santa Marta, que tem R$ 11 milhões de dívida reconhecida pelo GDF, o Home Hospital Ortopédico, com R$ 5 milhões, a Fundação Universitária de Cardiologia ou Instituto de Cardiologia, que deve ter recebido R$ 4,5 milhões, a Oxtal – medicina interna e terapia intensiva, cerca de R$ 2,5 milhões e o Hospital São Francisco, com o valor mais baixo de R$ 2 milhões.
O depoente desta reunião, o ex-secretário Fábio Gondim negou que tivesse conhecimento do esquema gravado pela deputada Liliane Roriz. “Não tem nomes específicos, mas são pessoas que causam esses problemas de relação. Em todo lugar tem um grupo de pessoas que sempre é contra tudo que você quer fazer. Forças ocultas que me fizeram sentir sabotado, freado”, afirmou.
Intensicare
A única empresa que ficou de fora da quebra de sigilos, pelo menos por enquanto, foi a Intensicare. Segundo o deputado Wasny de Roure, autor desse pedido, “o esquema da Intensicare seria diferente” e queria ouvir o Marcelo Nóbrega, ex-subsecretário de Administração Geral da Secretaria de Saúde, hoje subsecretário de Logística e Infraestrutura da Secretaria e Saúde, além de Ricardo Cardoso, ex-diretor executivo do Fundo de Saúde do Distrito Federal. Para o parlamentar eles estariam envolvidos no esquema de liberação de recursos.
Os dados do Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo) revelam que a Intensicare já recebeu mais de R$ 200 milhões do GDF desde que assumiu a gestão da UTI do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), em 2009.