A Fiocruz divulgou nesta quinta-feira (17), um novo Boletim do Observatório Covid-19 que alerta sobre a piora do quadro da pandemia no Brasil no período do inverno. O documento registra entre os dias 30 de maio e 12 de junho, um pequeno crescimento das taxas de incidência e de mortalidade no Brasil, que pode aumentar nas próximas semanas. As mortes já se aproximam de meio milhão.
O Sistema Único de Saúde (SUS) informa que a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 ainda é muito preocupante. Dezoito estados e o Distrito Federal apresentam 80% das taxas de ocupação, alguns com ocupação igual ou superior a 90%. Referente as capitais, 16 delas estão com 80% e 9 com taxas iguais ou superiores a 90% de ocupação.
O estudo aponta também que a pandemia mantem o rejuvenescimento. Semana Epidemiológica 22 (SE 22) apresenta idade média dos casos internados de 52,5 anos versus idade média de 62,3 anos na SE 1. Os casos com maior número de internações foi de 66 anos e 52 anos, os de óbitos se compõem entre 73 e 79 anos.
Os pesquisadores destacam que, “possivelmente o cenário atual de rejuvenescimento prosseguirá e poderá perpetuar um cenário obscuro de óbitos altos até que este grupo etário esteja devidamente coberto pela vacina. O padrão de transmissão do Sars-CoV-2 no país ainda é extremamente crítico”.
Um total de 20 estados representam tendências nas taxas de incidências Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) e um crescimento superior a 10 casos por 100 mil habitantes, sendo que em três deles a média móvel excedeu 20 casos por 100 mil habitantes.
Nas últimas semanas o termo ‘onda’ registrou uma série histórica de casos que, no entanto, demonstra que o país passou por fases claramente distintas de ocorrência de casos e óbitos. “Semana após semana, cria-se a expectativa de que podemos iniciar a temida terceira onda, abandonando a ideia de que ainda temos um quadro crítico, como se tivéssemos, para entrar na terceira onda, saído da segunda”, atentam os especialistas.
Eles revelam que é importante continuar reforçando o uso de máscaras e manter o distanciamento físico e social, na medida do possível. “Somente desta forma haverá como conter a disseminação do vírus, enquanto o país não consegue avançar na cobertura vacinal adequada nas faixas etárias mais jovens”, afirmam os pesquisadores.