O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, participou de sessão temática, nesta quinta-feira (11), no Senado Federal. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, junto aos demais senadores, cobrou de Pazuello a meta de imunizar toda a população brasileira contra a Covid-19 em 2021. O ministro foi convidado, após requerimento da senadora Rose de Freitas (MDB-ES), a prestar esclarecimentos aos senadores sobre as medidas adotadas pela Pasta no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
Segundo Eduardo Pazuello, o Brasil vai vacinar toda a população em 2021, “50% da população vacinável até junho; 50%, até dezembro. Esse é o nosso desafio e é o que nós estamos buscando e vamos fazer”, afirmou o ministro.
Após ser questionado pelo presidente da Casa se poderia considerar esta fala um compromisso com o país, o ministro afirmou que, no que depender do ministério, sim, a promessa será cumprida. Porém, destacou que alguns fatores são externos, como a liberação de insumos para a fabricação da vacina vindos de outros países.
Para a senadora Rose de Freitas (MDB-ES), faltou, no Brasil, a iniciativa de organizar os estados, uma ação coordenada para atender a defesa da vida e o número de vacinas necessário para o povo brasileiro. “Eu queria saber qual é o sentimento de Vossa Excelência, sobretudo em relação ao não atendimento dessa finalidade precípua, que é colocar o ministério para salvar as vidas que estão hoje perdidas em inúmeros hospitais espalhados pelo Brasil”, questionou a senadora.
Erros de estratégia
Ao longo da sessão, vários parlamentares se pronunciaram. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) apontou erros na estratégia de imunização. Após uma fala do ministro dizendo que o número de casos e óbitos foi inacreditável, a senadora protestou, “Vossa excelência diz que, nos últimos noventa dias, os números inacreditáveis da segunda onda pegaram todos de surpresa… Como surpresa, ministro? Cientistas, médicos, especialistas, todos nós, noite e dia, convivendo com essa escalada de mortes em todos os estados do Brasil”, destacou.
Fabiano Contarato (Rede-ES) disse que o presidente Jair Bolsonaro e Pazuello terão de responder a processos por “genocídio”.
“Quase 10 milhões de brasileiros contaminados, 235 mil mortos. Quanto vale a vida humana? Quanto que vale a vida de uma filha, de um filho, de um pai, de um avô? Senhor ministro e presidente da República, as digitais de vocês estão nessas mortes. E eu tenho fé em Deus que tanto o senhor como o presidente da República irão responder por genocídio, seja aqui no Brasil, seja no Tribunal Penal Internacional”, afirmou o parlamentar do Espírito Santo.
Segundo o senador Rogério Carvalho (PT-SE), o Brasil tem 37 mil pontos de vacinação e poderia imunizar, em 30 dias, mais de 70% da população. “Pelo amor de Deus, eu clamo que este governo se empenhe ao máximo e compre vacina. Vamos desideologizar, mas vamos botar vacina dentro do Brasil e vacinar todas as pessoas que precisam dela, sob pena de jogarmos tudo o que fizemos até agora no lixo, e, em vez de 400 mil mortos, termos um 1 milhão de mortos, 1,5 milhão de mortos de entes queridos e famílias destruídas”, ponderou.
Já o senador Reguffe (Podemos-DF) disse que houve atraso do Ministério da Saúde para tomar as providências necessárias para a imunização. “Se a única coisa que salva vidas para valer é a vacina, a vacina tinha que ser a prioridade absoluta, não ser contestada como o foi por parte do governo”, destacou.
CPI da Saúde
Vários outros assuntos foram levantados pelos senadores, todos envolvendo a resolução e condução da crise sanitária no país por parte do Poder Executivo.
De acordo com o Portal G1, Integrantes da base aliada do governo admitem, de forma reservada, que a fala do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ao Senado amplia o desgaste do ministro à frente da Pasta no controle a pandemia. Agora a batalha é para adiar ao máximo a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde para apurar responsabilidades e omissões do governo durante a crise.
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*Com informações da Agência Senado e Portal G1