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quinta-feira, 25 abril, 2024

Saúde começa vacinação contra Mpox

De início, serão distribuídas 47 mil doses para proteção de pessoas com risco aumentado de evolução para as formas graves da doença.

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SindSaúde DF
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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

A vacinação contra a Mpox, ou varíola dos macacos, como ficou popularmente conhecida, começa nesta segunda-feira (13).

A primeira fase da campanha terá como público-alvo pessoas que vivem com o HIV (vírus da Aids), profissionais que atuam em laboratórios que lidam com o vírus causador da doença e pacientes que tiveram contato com fluidos corporais de casos suspeitos.

O Ministério da Saúde classifica o imunizante como uma “vacina viva”. “Produzida a partir da cepa Vaccinia Ankara-Bavarian Nordic (MVA-BN) modificada, um orthopoxvírus atenuado e não replicante contra varíola e varíola de macaco, que induz respostas imunes humorais e celulares aos orthopoxvírus”, explica em nota. 

De acordo com a pasta, o esquema vacinal será de duas doses (de 0,5 ml cada uma), com quatro semanas de intervalo (28 dias), para pessoas acima de 18 anos.

A injeção é contraindicada no caso de o indivíduo já ter sido contaminado pelo vírus ou se estiver com lesões suspeitas no momento da vacinação.

No caso de reação alérgica grave na administração da primeira dose, a segunda etapa deve ser suspensa.

Aprovada para uso emergencial, a vacina dinamarquesa MVA-BN tem a finalidade de interromper a transmissão em situações específicas.

De acordo com informe técnico publicado pelo Ministério da Saúde no dia 8 de março, a droga não é recomendada para vacinação em massa e as doses não devem substituir as medidas de proteção já conhecidas.

Saiba mais sobre o vírus

As perguntas e respostas abaixo foram retiradas do site Instituto Todos Pela Saúde – ITPS.ORG.BR

O Vírus

O que é Mpox, chamada popularmente de varíola dos macacos?

É uma doença transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. Trata-se de uma zoonose viral, ou seja, transmitida por animais ao ser humano.

Por que o nome da doença é Mpox?

Em novembro de 2022, a OMS anunciou que a doença passaria a ser chamada de Mpox em vez de monkeypox, ou varíola do macacos, em uma tentativa de reduzir os ataques aos animais. Mpox era chamada de monkeypox porque o vírus foi identificado pela primeira vez em macacos. Eles eram mantidos em um laboratório dinamarquês e a descoberta ocorreu em 1958. Atualmente, ela é mais comumente encontrada e transmitida por roedores.

Quando o vírus passou dos macacos para o ser humano?

O primeiro caso humano foi identificado em uma criança, em 1970, na República Democrática do Congo. 

Como a Mpox se espalha de animais para humanos?

Pessoas que têm contato físico com animais infectados podem se infectar. Atualmente, roedores e primatas são hospedeiros do vírus e podem transmiti-los para o ser humano.

TRANSMISSÃO

Qual é a principal forma de transmissão da Mpox?

Contato prolongado com lesões ou feridas causadas pelo vírus. Pode ser contato pele a pele ou pele com mucosa. O sexo é, por enquanto, o mais importante meio de transmissão por ser próximo e prolongado. Beijos, toques, sexo oral e penetração vaginal ou anal com alguém infectado implicam em grande risco. Pessoas com lesões novas e pouco comuns na pele devem evitar o contato sexual até que o diagnóstico de varíola símia seja afastado.

Há outras formas de transmissão?

Sim. Objetos contaminados — como roupa de cama e de banho, aparelhos eletrônicos e superfícies, entre outros — também podem infectar pessoas, apesar de o meio ser menos comum. Também é possível se infectar respirando micropartículas de pele ou vírus que estejam em roupas ou toalhas, por exemplo. Possíveis formas de contaminação pelo ar, via aerossóis de curto alcance, estão sendo estudadas para uma melhor compreensão. E, por se tratar de uma zoonose, também ocorre a transmissão de animais, como roedores e primatas, para humanos.

Durante quanto tempo a pessoa infectada pode transmitir o vírus?

Ainda há dúvidas sobre essa questão. Por enquanto, a recomendação é esperar que todas as lesões tenham secado, as crostas, caído e uma nova pele, se formado. Até esse momento há risco de transmissão.

DIAGNÓSTICO

Como é feito o diagnóstico?

Por meio de teste molecular (PCR específico) ou sequenciamento genético. Para fazer o teste, o profissional da saúde passa um swab (bastão para coleta de amostras) sobre as feridas, depois o coloca em um tubo estéril para análise laboratorial. 

O teste está amplamente disponível no Brasil?

Não. Hoje o teste é feito principalmente por laboratórios de referência da rede pública. Alguns da rede particular também estão realizando. Quem tem plano de saúde pode pedir cobertura.

É possível comprar o teste na farmácia?

Não.

Que médico deve ser procurado quando há suspeita da doença?

O infectologista é o médico mais indicado. No Sistema Único de Saúde (SUS) é necessário buscar atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) para, então, ter o encaminhamento.

SINTOMAS

Quais são os sinais e sintomas da Mpox?

O principal sinal são as erupções cutâneas que se assemelham inicialmente a espinhas com pus. As erupções evoluem de máculas (manchas) para pápulas (lesões sólidas, um pouco elevadas), vesículas (bolhas com líquido claro), pústulas (bolhas com pus) e, posteriormente, crostas (lesão cicatrizada, com casca). Pode surgir apenas uma ou várias lesões espalhadas por todo o corpo. As pessoas infectadas nos surtos atuais parecem desenvolver um menor número de lesões. Elas também podem aparecer em locais menos visíveis, como boca, garganta, genitais, vagina e ânus/região anal. Pessoas infectadas também podem ter dor de cabeça intensa, febre, inchaço dos gânglios linfáticos, calafrio, dor nas costas, dores musculares e cansaço. 

Os sintomas aparecem quanto tempo após a exposição ao vírus?

O período médio de incubação do vírus é de nove dias, podendo variar de seis a 15 dias, ou mais.

Todas as pessoas infectadas desenvolvem esses sintomas?

Não. A doença pode se apresentar em diferentes graus e pode até não haver sintomas (pacientes assintomáticos). Quando pensamos na varíola símia, logo vêm à cabeça a imagem do doente coberto de lesões na pele, mas é importante destacar que há pessoas que têm, por exemplo, apenas uma erupção, o que pode dificultar o diagnóstico e o bloqueio da transmissão.

Existem casos assintomáticos (sem sintomas)?

Sim, há casos assintomáticos. No entanto, ainda não há registro de transmissão por assintomáticos.

Como são os casos graves da doença?

Pessoas cujos sintomas se desenvolvem com mais gravidade podem apresentar também infecções secundárias da pele, pneumonia, confusão e problemas oculares.

COMO EVITAR

Quais são as medidas para evitar a infecção?

Evite o contato próximo com pessoas que estejam infectadas ou possam estar. Desinfete ambientes e objetos usados por pessoas infectadas. Para quebrar a cadeia de transmissão, pessoas com suspeita de infecção devem se isolar e procurar atendimento médico para confirmar ou afastar o diagnóstico.

O uso de preservativo é importante?

O preservativo ajuda a evitar, mas não impede totalmente a transmissão, já que o vírus pode estar em qualquer parte do corpo. É importante lembrar que o preservativo é fundamental para evitar doenças sexualmente transmissíveis. Até que haja mais estudos sobre a transmissão da varíola símia por fluidos sexuais, a OMS recomenda o uso de preservativos por 12 semanas após a recuperação. 

E o uso de máscaras, evita a transmissão?

Não há orientação sobre uso de máscaras para evitar o Mpox. 

Quem tomou a vacina contra a varíola humana está protegido?

Pessoas que foram vacinadas no passado contra a varíola humana estão parcialmente protegidas, com variações individuais sobre a extensão da manutenção da resposta imune. No Brasil, esse imunizante foi aplicado até a década de 70 — na maioria dos países a doença foi erradicada nos anos 80. Por isso, pessoas mais jovens não estão protegidas, e as mais velhas, se foram vacinadas, provavelmente hoje tem níveis baixos de proteção. 

Quem pegou varíola no passado está protegido da Mpox?

Provavelmente sim, mas não existem estudos que comprovem essa afirmação. É importante lembrar que a proteção nunca é total.

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