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sexta-feira, 3 maio, 2024

Caos lidera HRT

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SindSaúde DF
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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Desde o final de semana, a emergência atendeu acima do seu limite de capacidade. Dois servidores para 190 pacientes, estoque de insumos e remédios a quase zero instaura estado de calamidade na unidade

Inconformados com o caos instalado dentro do pronto socorro do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), os servidores do setor e o SindSaúde decidiram denunciar as péssimas condições de atendimento e de trabalho. Na manhã desta segunda-feira (5/6), os trabalhadores realizaram um protesto em frente a emergência para buscar soluções para o caos.

Segundo os técnicos e enfermeiros, no pronto-socorro (PS) há 64 leitos oficialmente. Porém, há 190 pacientes internados. Ou seja, mais que o dobro da capacidade do local. Para piorar, são cerca de dois ou três técnicos em enfermagem para atender toda essa demanda. Cada servidor fica responsável por cerca de 40 pacientes, o que deveria ser no máximo cinco pacientes para cada técnico.

A situação é tão grave que os pacientes estão sendo internados no meio dos corredores. Uma enfermeira denunciou que chegaram ao ponto de colocarem pacientes em cima de macas quebradas por falta de opção.

“Presenciei uma paciente entubada despencar de uma maca que estava quebrada, isso é algo absurdo e desumano. A sorte é que estávamos próximo para ajudar”, expôs. 

Por causa da superlotação e péssimas condições de trabalho, muitos servidores estão adoecendo, o que agrava ainda mais a situação, porque muitos são afastados do trabalho por longos períodos e não há substitutos. 

“O servidor também é ser humano e adoece, todos estão trabalhando com alto índice de estresse e pressão psicológica”, denúncia Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde.

Decisões

Devido a manifestação dos servidores e a denúncia do SindSaúde, a direção do hospital decidiu fazer uma reunião com os representantes das entidades sindicais da área da saúde e com o Conselho Regional de Enfermagem (Coren). O objetivo foi buscar uma possível solução imediata para o caos estabelecido.

“Estamos recebendo muitos pacientes, acima da média normal. Temos poucos servidores. Muitos se aposentaram, outros adoeceram. Contra os fatos não há argumentos. Tudo que é possível está sendo feito. Nossa demanda está muito alta. A SES mandou oito novos servidores hoje (05/06), e esse quantitativo não é nem o mínimo que precisamos”, reconheceu a superintendente da região sudoeste de saúde, Lucilene Florêncio.

Para a diretora do HRT, Karina Torres, somente lotando mais servidores é possível melhorar a realidade do local.
“Temos uma demanda muito grande e falta de servidores, pois muitos se aposentaram, outros estão de afastados por tempo indeterminado”. De acordo com ela, a crise econômica também é um fator que agrava, por conta da diminuição de pessoas que possuem planos de saúde.
Segundo Coren, o estado de emergência estabelecido há dois anos não resultou em nenhuma melhoria.

“A precarização está em uma situação inaceitável. Aparelhos sem manutenção, falta de servidores e de investimento na atenção primária. Esse governo acabou com a atenção primária, e por isso, os hospitais estão sempre superlotados. Estamos preocupados porque a situação é gravíssima. O que me resta é a interdição ou judicialização”, afirmou o presidente do Coren-DF, Gilney Guerra.

O Coren-DF ainda propôs que cada entidade da área da saúde disponibilize dois ou três pessoas para que seja montado um grupo de trabalho, que começará a compor um relatório real da situação a partir de amanhã (07/06), que será enviado ao governador Rodrigo Rollemberg para dar uma possível solução.

A superintendência propôs também respeitar a capacidade instalada e seguir o “vaga zero”, ou seja, não receberão pacientes novos para tentar controlar a situação. Com isso, só irão receber a quantidade de pacientes que estiverem dentro da capacidade. Os demais, serão encaminhados para outros hospitais que tenham vagas disponíveis.

Emergência do HRT super lotada

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