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sábado, 27 abril, 2024

Servidores denunciam assédio moral na UBS 2 de Sobradinho

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SindSaúde DF
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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

De acordo com trabalhadores, a agenda de uma médica chegou a ser bloqueada prejudicando a população

A presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, esteve na Unidade Básica de Saúde nº 2 de Sobradinho, na manhã desta segunda-feira (2), para ouvir a denúncia da Equipe Jade, que afirma sofrer com assédio moral e perseguição.

Segundo os profissionais, eles estão sendo coagidos e ameaçados de transferência por denunciarem o problema de convivência com uma enfermeira, que seria protegida por gestores da época Rollemberg. “Ela se acha dona do local e possui poderes absolutos na unidade”, relatam servidores.

A situação se agravou quando o responsável pela marcação de consultas foi informado, apenas de forma verbal, que não deveria marcar pacientes para a médica Ana Tenice Brasil para o mês de abril. Porém, a médica não havia sido informada do motivo do bloqueio de sua agenda, além de não ter interesse na mudança de unidade, segundo relatou.

Convivência difícil

Uma das hipóteses levantadas pelos servidores para a represália que estão sofrendo é a reclamação que fizeram contra a enfermeira Tomasia Lucia. Segundo eles, ela possui uma postura inadequada, grosseira e arrogante, coagindo os colegas e dificultando o atendimento da população há muitos anos. Ao pedirem uma solução da direção, os burburinhos de remoções aumentaram.

Para amenizar as acusações, a enfermeira foi realocada na unidade em um setor que, curiosamente, a favorece, pois, segundo os servidores, ela é protegida da diretora de Atenção Primária da Região Norte, Renata Marcês, gestora desde o governo anterior, a gestão das perseguições.

A equipe Jade é responsável por atender os moradores das quadras 2 e 4 da região, o que corresponde a mais de 4 mil pacientes cadastrados.

Segundo os servidores, a era das trevas do governo Rollemberg perdura na unidade até hoje e os trabalhadores convivem diariamente com opressão, assédios e perseguições. “É normal ouvirmos que se não estivermos satisfeitos é só pedir pra sair que tem gente querendo o nosso lugar. A questão é uma ameaça velada, não somos chamados de forma decente e oficial, todas as informações chegam de forma indireta e informal”, afirmou uma servidora.

O medo assola os servidores do local pois se espalha nos corredores da UBS que esta equipe será substituída por outra e que estes servidores serão transferidos para outros locais desconhecidos. Porém, nenhum deles solicitou a mudança de unidade e gostaria de permanecer no local.

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Mensagem improvisada na UBS

 

População prejudicada

Com a suspensão de marcação da agenda da médica da família e comunidade para o mês de abril, ao menos 300 pacientes estão prejudicados. A ordem, que partiu do gerente da unidade Marcus Batista, de forma verbal, está fazendo a população voltar para casa sem suas consultas marcadas e com a incerteza do retorno.

Questionado pela reportagem, o gerente Marcus Batista contradiz as informações da médica e diz que sua transferência foi solicitada para outra unidade e que ele prefere não abrir a agenda de abril, sem saber quando e qual médico ocupará o lugar da profissional.

“A diretoria afirmou que nesta transição virá um médico para cá. Nós estávamos tendo alguns problemas pontuais dentro da equipe, de relacionamento e tudo, a gente teve várias conversas até que uma das soluções que ela mesma sugeriu que poderia ir para outra unidade, onde já faz TPD, então a diretoria achou que seria conveniente esta mudança”, destacou Marcus.

Por sua vez, a médica Ana reafirmou que não solicitou a remoção da unidade, apenas pediu providências com os conflitos gerados pela enfermeira.

Busca por solução

“A população está ficando desassistida e isto é imperdoável. A marcação foi suspensa, por ordem do gerente da unidade sem que houvesse um ato oficial de bloqueio da agenda da médica, tudo foi feito por meio de uma comunicação verbal. O serviço público deve ser muito transparente para todos, servidores e pacientes. A médica precisa, ao menos, saber, oficialmente, o porquê sua agenda foi bloqueada”, ponderou a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.

Segundo servidores, nenhum dos pedidos está registrado de forma oficial no SEI, Sistema Eletrônico de Informações da Saúde.

A enfermeira Tomasia foi procurada pela reportagem para comentar a questão, mas não foi encontrada na unidade.

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