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quinta-feira, 2 maio, 2024

Servidor se torna alvo para o novo terrorismo no Brasil

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SindSaúde DF
SindSaúde DF
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Por Marli Rodrigues

A desvalorização do servidor público cresce um pouco a cada ano. Foi-se o tempo em que ocupar cargos públicos com a nomeação deles era palavra de ordem e caía muito bem aos governantes, que valorizavam a natural ordem de dar mérito a quem mereceu o mérito.

Hoje, o que se vê, e o que sentimos na pele, é a desvalorização dessa classe trabalhadora. Especialmente na Saúde Pública do Brasil. Se não há um plano nacional de gestão na Saúde, essa conta é cobrada lá na ponta, no profissional que está atendendo. É cobrado do servidor que faz seu máximo, se dedica, e busca resolver cada demanda do paciente mesmo em estado de caos.

Se não há uma gestão preocupada em como um medicamento chegará até as remotas comunidades ribeirinhas em um estado como Amazonas, por exemplo, há nesse local um servidor da Saúde que se desdobra na tentativa de atender um paciente que clama pela vida.

E qual o saldo dessa conta?

Paciente insatisfeito, trabalhador de mãos atadas, paciente revoltado, servidor sem defesa. É um efeito dominó. Enquanto gestores pregam o ódio, dão aos seus seguidores o direito de também o fazê-lo.

A sociedade perdeu o senso. Perdeu a humanidade. O resultado é visto diariamente nos noticiários. Para cada gestor que põe em descrédito um servidor público, há um indivíduo que se sente no direito de ameaçar.

Quantas pessoas já pararam para pensar que cada servidor da saúde tem também suas limitações diárias? Seja por falta de material, por falta de condições de trabalho… Cada servidor tem suas limitações pessoais. Viver e conviver não é tão simples assim. Muitas vezes, os problemas pessoais são tão grandes que não podem ser abandonados no momento do trabalho. Servir é nossa função dentro de uma unidade de saúde. Mas ser respeitado é nosso direito. 

O terrorismo, antes tão distante da nossa realidade, se avizinha. Ele se torna realidade em postagens de redes sociais, em xingamentos dentro de unidades de saúde. O terrorismo é real. As ameaças encorajam quem não se preocupa com o próximo.

O episódio desta segunda-feira (8) é um exemplo da falta de humanidade, de amor ao próximo e exemplo de que a vida está sendo cada dia mais banalizada. Um paciente fez ameaças terroristas em rede social porque aguardava atendimento que considerou ineficiente. Estrategicamente, o mentor de um ataque desse nível ganha visibilidade, ficando mais perto do seu objetivo e ganhando adeptos para suas ideias.

Há muitas formas de mudar o cenário da saúde pública que vivemos hoje. Certamente não é essa condição que queremos vivenciar. Mas a mudança passa pela humanização e conscientização que a Saúde, assim como os outros serviços públicos, são máquinas que precisam de seres humanos para girar.

Valorização do servidor é igual a “futuro”. Ela depende do cuidado que você oferece hoje.

As gestões nacional, estadual e municipal precisam encarar que a valorização profissional dos servidores e o respeito à saúde do povo são essenciais para a continuidade de uma sociedade sadia, em todos os sentidos.

Valorização do servidor já!

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