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sábado, 4 maio, 2024

Três pacientes morrem à espera de exames e fila para endoscopia chega a duas mil pessoas

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SindSaúde DF
SindSaúde DF
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Números são de agosto e setembro e se referem a Região Sul, que compreende Santa Maria e Gama
 
Três pacientes que estavam internados na rede pública morreram nos meses de agosto e setembro à espera de exames. Dois deles aguardavam uma Colonoscopia na Região Sul, que compreende Santa Maria e Gama. A informação consta em memorando da Gerência de Assistência Clínica (Unidade de Pediatria) enviado à Gerência da Regional Sul, no último dia 11 de setembro.
 
“Comunicamos a ocorrência de 2 óbitos durante o mês de setembro, dentre os pacientes internados que aguardavam exames por motivos não avaliados. Observamos a partir desses dados que a oferta está muito aquém da necessidade da regional”, diz o documento que, apesar de ter sido assinado por três médicos pediatras e um ortopedista, não deixa claro se as mortes foram de crianças ou adultos.

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 Uma tabela inserida no memorando apresenta uma fila de espera com 915 pacientes para fazer uma colonoscopia na Região Sul. O balanço mostra ainda que o número de vagas disponíveis para o exame na Diretoria de Atenção Primária à Saúde (Diraps) foi de 16 no mês de setembro.
 
Em outro memorando da mesma Gerência, com data de 12 de setembro, os servidores relatam a morte de outro paciente internado que aguardava na fila para fazer endoscopia, também na Região Sul, no mês de agosto.
 
Nesse primeiro documento, assinado por um pediatra e um ortopedista, a informação é que a fila de espera para uma endoscopia na Região Sul chega a 2.110 pacientes e que nenhuma vaga foi disponibilizada em setembro, pois o “aparelho está quebrado há duas semanas” e não há previsão de retorno às atividades.
 
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 Nos três casos de mortes, os pacientes internados não estavam inseridos no sistema, segundo o memorando. Estariam inseridos apenas na distribuição no sistema antigo da SES, manualmente, o que não inclui o paciente no complexo regulador. 
 
Cardiologia
 
O terceiro comunicado em memorando tem data de 18 de setembro e trata da demanda reprimida para consultas no ambulatório de Cardiologia. Segundo a Equipe Médica de Regulação da Região Sul, 399 pessoas aguardavam na fila, até ontem. Enquanto isso, as vagas disponíveis para setembro já estão todas preenchidas e somente 24 consultas foram agendadas.
 
No documento, a equipe sugere a liberação de 20 horas da carga horária de uma médica para realização das atividades de matriciamento, regulação e consultoria junto ao complexo regulador da Região Sul.

“Ressaltamos que trata-se de necessidade urgente tendo em vista o elevado número de pacientes graves na fila de espera”, afirmam os médicos.
   
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Para a diretoria do SindSaúde, o que vem sendo feito na rede pública pode ser classificado como crime.
 
“Quantas mortes mais Rodrigo Rollemberg vai esperar para fazer algo? Infelizmente muitas ainda vão ocorrer. Se não se preocupou com os pacientes antes, agora, quando está em plena campanha, vai ser impossível para o governador enxergar o povo que está dentro dos hospitais”, afirma a presidente do SindSaúde-DF, Marli Rodrigues.

Para a sindicalista, a situação pode ser ainda pior. “O governador está fingindo que está tudo bem. Usa a saúde pública em sua propaganda eleitoral como se estivesse tudo a mil maravilhas. Talvez ele sequer queira saber a situação. Mente baseado numa gestão incompetente e que mata a população, persegue servidores e destrói o Distrito Federal”, finaliza.
 

Procurada pela reportagem do SindSaúde, a Secretaria de Saúde não respondeu aos questionamentos sobre mortes e filas de espera na Região Sul.

 
 
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