Apenas oito exames de prevenção de câncer do colo do útero serão feitos neste mês
O Hospital Regional de Taguatinga (HRT) está com as mamografias suspensas por conta da troca do equipamento que faz o procedimento. Segundo documentos obtidos com exclusividade pelo SindSaúde, a unidade está sem mamógrafo, pelo menos, desde 28 de setembro. Duas servidoras ouvidas pela reportagem afirmam que a Secretaria de Saúde decidiu substituir o equipamento que detecta o câncer de mama por um mais moderno. O outro aparelho já foi comprado e precisa apenas ser instalado. Mas até o momento, nada foi feito.
Somado à falta de exames de mamografia, a unidade de saúde possui apenas duas ginecologistas para fazer exames de prevenção do câncer do colo do útero. Servidoras disseram que nesse mês foram distribuídas apenas oito senhas para esse procedimento. Outra servidora ouvida pela reportagem afirma que os resultados desses exames no HRT podem demorar até 80 dias para serem entregues.
Tudo isso ocorre no mês em que é celebrado o Outubro Rosa, campanha de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento do câncer de mama e do colo de útero.
Retirada do mamógrafo
Em memorando do mês passado, assinado pela Chefia Imediata do Núcleo e Imagenologia, foi cobrada a remoção do mamógrafo do hospital para que ele seja doado outra unidade. No documento também é alertado sobre a proximidade do Outubro Rosa e que, para colocar o aparelho em devido funcionamento, a equipe técnica necessita de tempo para treinamento.
Em contraste com essa situação, na entrada da Oncologia do hospital há um cartaz que diz “aqui no HRT outubro rosa é todo dia!”.
Balanço
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 59.700 novos casos de câncer de mama em todo o Brasil para este ano de 2018. A enfermidade é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres em todo o mundo, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. No Distrito Federal, o órgão calcula 1.020 diagnósticos da enfermidade no mesmo período.
Colo do útero
Nos casos de câncer de colo de útero, o Inca estima 16.370 novos casos da doença em todo o Brasil até o fim de 2018. No DF, o órgão calcula 290 diagnósticos da enfermidade no mesmo período.
A presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, lamenta que esses transtornos às mulheres ocorram em uma data tão simbólica a elas. “Infelizmente, esse desgoverno não consegue suprir a necessidade de quem precisa de atendimento e de um resultado de uma doença tão séria como o câncer. Como um aparelho já adquirido não está instalado? Fora todos os equipamentos que estão estragados e parados nas unidades de saúde. O GDF necessita de um choque de gestão urgente”.
Procurada, a Secretaria de Saúde do DF não respondeu ao SindSaúde sobre a redução de exames de prevenção e a não realização de mamografias.