26.5 C
Brasília
sexta-feira, 19 abril, 2024

Bloqueio de leitos de UTI mata 1.261 pacientes na gestão de Rollemberg

Saiba Mais

SindSaúde DF
SindSaúde DF
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Descumprimento de boa parte das ações judiciais que deveriam garantir tratamento intensivo é provável causa dos óbitos; mudanças nos critérios de admissibilidade, feitas já na atual gestão, contribui para que pacientes sejam deixados de lado

O SindSaúde obteve acesso com exclusividade a um relatório interno da Coordenação de Atenção Especializada À Saúde, da Gerência de Serviços de Terapia Intensiva da Secretaria de Saúde (SES-DF), onde a pasta faz um apanhado da situação dos leitos de UTI nos últimos três anos e apresenta dados alarmantes. Das 4.368 pessoas que entraram na Justiça entre 2015 e julho de 2017 para garantir acesso a UTI, um direito que já deveria ser fornecido pelo governo, 1.261 pacientes morreram na espera de um leito.

Até julho de 2017, 996 ações na Justiça exigiam acesso a leitos de UTI, quase metade (401) não foi cumprida pela Secretaria de Saúde, resultando no óbito de 296 pacientes que sequer tiveram acesso a um leito.

Os óbitos por falta de leitos de UTI foram recorrentes ao longo da gestão de Rollemberg. Em 2015, 29,1% (495) dos pacientes que buscaram a Justiça morreram antes de conseguir lugar na terapia intensiva. No ano seguinte, manteve-se percentual similar 28,2% (470 pacientes).

Clique aqui e acesse o relatório completo. Os dados sobre UTI estão descritos na página 10 do relatório.

 luri.jpg

 

Governo escolhe quem vive e quem morre
O documento traz ainda os critérios do governo que definem quem deve ou não conseguir um leito. Com a Portaria n°200/2015, a gestão atual mudou os critérios de admissão das UTIs, elegendo pacientes que devem ser atendidos ou não “seja pela condição clínica que não justifica a necessidade de UTI ou ausência de perspectiva terapêutica, com critérios clínicos de prioridade classificados de 1 a 4 B”, diz o documento.

Basicamente, pacientes classificados com prioridade 1 ou 2 são os que o governo aloca nas UTIs, enquanto os de 3 e 4A são tratados com cuidados intermediários. Aos pacientes considerados terminais, classificados como 4B, não é dada sequer a oportunidade de um leito, o que contribui para acelerar o óbito. “Mesmo aos casos ditos incuráveis, não cabe ao governo brincar de Deus e simplesmente abandona-los para morrer. É direito de todos o acesso a tratamento igualitário, que possibilite prorrogar ao máximo e proporcionar qualidade ao tempo de vida”, avalia a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.

 

- Advertisement -spot_img

Últimas Notícias

Mais servidores recebem pagamentos por direitos garantidos, quase 15 mil reais pagos

O departamento jurídico do SindSaúde continua a lutar incansavelmente pelos direitos dos servidores, resultando em pagamentos semanais para dezenas...

A ponta do Iceberg da triste realidade da saúde pública do Distrito Federal

A face visível do problema da saúde pública no Distrito Federal revela-se através de um cenário alarmante: metade das...

SindSaúde e trabalhadores do IGES/DF aprovam acordo coletivo de 2024 em assembleias

SindSaúde e trabalhadores do Iges/DF aprovam, com ressalvas, o acordo coletivo de 2024 em assembleias realizadas nas unidades do...
- Advertisement -spot_img
- Publicidade -spot_img