A deputada do PSOL busca diminuir a carga semanal para 36 horas, com mais tempo para o bem-estar dos trabalhadores. A proposta precisa do apoio de 171 deputados para seguir para discussão no Congresso.
A deputada Érika Hilton, líder do PSOL na Câmara, apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa mudar a jornada de trabalho definida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A proposta propõe a adoção do modelo 4×3, ou seja, quatro dias de trabalho seguidos por três de folga, no lugar da atual escala de seis dias consecutivos. Para que a proposta seja discutida e votada no Congresso, é necessário o apoio de 171 deputados, o que equivale a um terço da Câmara. Até agora, mais de 100 assinaturas já foram coletadas, segundo a assessoria da deputada.
O objetivo da PEC é reduzir a carga de trabalho semanal para 36 horas, com uma jornada de apenas quatro dias por semana. A ideia ganhou força rapidamente nas redes sociais e tem sido amplamente apoiada por trabalhadores. O projeto ainda está em fase de coleta de assinaturas, mas já desperta o interesse de muitos, prometendo mudar a dinâmica do trabalho no Brasil.
Atualmente, a CLT não estabelece uma escala fixa de trabalho, permitindo diferentes modalidades, desde que respeitados os limites de 8 horas diárias e 44 horas semanais. A PEC de Érika Hilton busca mudar essas regras, que foram estabelecidas em 1943, durante o Governo Getúlio Vargas.
Embora pouco comum no Brasil, o modelo 4×3 tem sido testado em vários países, como Reino Unido, Estados Unidos, Espanha e Austrália, e está sendo experimentado também em algumas empresas brasileiras. A ideia é melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, promovendo mais bem-estar e produtividade.
No Reino Unido, um estudo mostrou que 92% das empresas que adotaram a jornada reduzida decidiram mantê-la após o período de testes. A pesquisa também revelou que a produtividade não foi afetada e que a rotatividade de funcionários caiu 57%.
A parlamentar defende que a jornada atual acaba com o tempo que o trabalhador poderia dedicar à família, à saúde e ao seu desenvolvimento profissional. Para ela, a redução da carga de trabalho não só melhoraria a qualidade de vida dos brasileiros, mas colocaria o país “na vanguarda das discussões sobre o futuro do trabalho.”