A prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, assim como a conscientização de empregadores e trabalhadores, são temas essenciais nas pautas deste mês.
O Movimento Abril Verde nos convida a refletir sobre a segurança e a saúde no ambiente de trabalho. Mais do que números, estamos falando de pessoas – trabalhadores que dedicam suas vidas ao bem-estar dos outros e que também precisam de cuidado e proteção.
Antes do dia 28 de abril, data que marca esse movimento, temos o Dia Mundial da Saúde, no dia 7, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para reforçar a importância de políticas públicas que garantam não só a segurança, mas a saúde integral de todos os trabalhadores.
Para os profissionais da saúde no Distrito Federal, essa campanha tem um peso ainda maior. Além dos riscos físicos e biológicos que já fazem parte da rotina, a saúde emocional tornou-se uma preocupação crescente. A sobrecarga de trabalho, os plantões exaustivos e a pressão diária fazem desse grupo um dos mais vulneráveis ao adoecimento mental. Não é à toa que síndromes como a de Burnout, além de transtornos de ansiedade e depressão, estão cada vez mais presentes entre esses trabalhadores, impactando suas vidas dentro e fora do ambiente hospitalar.
Os números e a realidade por trás das estatísticas
Entre 2011 e 2022, foram registrados 7.506.055 acidentes de trabalho no Brasil, segundo dados da Previdência Social. Dentro desse cenário, os profissionais da saúde aparecem entre os mais afetados, seja por acidentes biológicos e ergonômicos, seja pelos impactos emocionais do estresse da profissão.
Um dado preocupante é que, enquanto a taxa de acidentes entre os homens tem diminuído ao longo dos anos, entre as mulheres – que representam uma grande parte da força de trabalho na saúde – houve um aumento significativo. Esse cenário reforça a necessidade de olhar com mais atenção para o bem-estar desses profissionais, indo além da segurança física e investindo também no suporte psicológico e emocional.
Prevenção e apoio: um compromisso necessário
A boa notícia é que essa realidade pode – e precisa – ser transformada. Especialistas ressaltam que investir na prevenção de doenças ocupacionais, incluindo as de ordem mental e emocional, é fundamental para garantir um ambiente de trabalho mais seguro e saudável.
No Distrito Federal, programas voltados para a promoção da saúde mental dos servidores da saúde têm ganhado espaço, ampliando o acesso a apoio psicológico e conscientizando sobre os efeitos do estresse ocupacional.
Valorizar esses profissionais vai muito além de reconhecer seu esforço. Significa garantir um atendimento mais humano e de qualidade para toda a população. Afinal, quando quem cuida também recebe cuidado, todos saem ganhando.