Por Marli Rodrigues
O domingo (19/8) foi de muito sol em Brasília e os brasilienses aproveitaram para ficar com suas famílias, amigos e para descansar. Certamente deve ser o que também fez o secretário de Saúde, senhor Humberto Fonseca. Ou talvez ele tenha até estado ao lado de algum amigo fazendo campanha eleitoral. São algumas possibilidades. Mas temos uma certeza: ele esteve bem longe do Hospital Regional de Taguatinga (HRT).
O Pronto-Socorro do HRT reviveu neste domingo (19) uma cena, que infelizmente tem sido comum, do abandono da Saúde Pública. Um paciente morreu às 16h e a unidade não tinha profissionais suficientes para a remoção para a câmara mortuária. Outros inúmeros pacientes aguardavam atendimento amontoados nos corredores.
Enquanto servidores se esforçavam para tentar atender a todos, onde o senhor esteve, secretário? É triste ver que os servidores lutam, todos os dias, em uma situação caótica nas unidades de saúde. Esse cenário não é apenas no HRT. Hoje, todas as unidades do DF estão sem insumos, sem estrutura e sem pessoal suficiente para a demanda do Distrito Federal.
Não adianta ter vontade se não há condições de trabalho. Estamos em situação de caos e os gestores ignoram isso. A desculpa de sempre foi aquela de que não há recursos. Mas as mentiras desta gestão também têm pernas curtas.
Um relatório do Ministério Público do Distrito Federal analisou como está a execução do orçamento previsto para o Distrito Federal. Segundo matéria publicada no Portal Metrópoles, o documento mostra que, mesmo com recursos liberados, o GDF deixou de comprar medicamentos e equipamentos, além de não implementar melhorias no sistema público de saúde. “Até março de 2018, havia autorização para gastar R$ 680 milhões referentes a recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, R$ 361 milhões (53%) não se reverteram em benefícios à população e ficaram represados nos cofres oficiais”, diz a publicação.
Como explicar isso, senhores gestores? Impossível né.
Enquanto isso, o governo se preocupa em atacar os sindicatos e a parcela da imprensa que busca informar a população em relação ao caos que está instalado. Se estivesse trabalhando, talvez o Governo do Distrito Federal teria conseguido gerir de forma eficiente o recurso disponível para a Saúde Pública.
Fica nosso questionamento para o secretário de Saúde: Por que deixaram a Saúde Pública chegar a esse ponto?
Será que conseguem nos explicar?
O que a população e os servidores esperam é que a situação não piore ainda mais nos quatro meses que restam desse desgoverno.