Na tarde de ontem, quinta-feira (06), no hospital de campanha construído no Estádio Mané Garrincha, profissionais da Secretaria de Saúde, pacientes recuperados após a Covid-19 e seus familiares comemoraram mil altas médicas na unidade. A saída emocionante de 17 pacientes contou com as canções executadas pela Banda de Música do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
As pessoas curadas, graças ao SUS, agradeceram aos servidores presentes e demonstraram grande afeto por aqueles que são os grandes responsáveis pela saúde física e mental de todos os pacientes internados no hospital que foi feito para o atendimento das vítimas da coronavírus no DF.
No olhar dos profissionais das mais diversas áreas da Saúde, o sentimento de dever cumprido e algumas lágrimas apareceram por trás das máscaras e óculos de proteção.
Ao cair da tarde, familiares, pacientes e profissionais da saúde reuniram-se em um momento único em frente ao estádio, quando soltaram mil balões brancos ao som de “We are the champions”. Todos os 1.014 pacientes que passaram pelo hospital de campanha do Mané Garrincha e venceram o novo coronavírus estavam ali representados.
“É muito bonito acompanhar as pessoas que tiveram suas vidas salvas pelos profissionais da Saúde demonstrando gratidão e afeto. A rotina nos atendimentos tem sido pesada e desgastante e gestos como os que vimos ontem são uma forma de fazer valer toda a luta dos servidores que deixam seus lares para servir ao povo do DF”, disse Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde.
Descaso do Governo Federal
Enquanto o DF, o Brasil e mundo aplaudem os profissionais de saúde, o presidente da República trata os profissionais da área, mortos e inválidos, como despesa continuada para o Estado. No dia 04 deste mês, o presidente Bolsonaro vetou integralmente o projeto de lei que indenizava profissionais de saúde incapacitados pelo novo coronavírus, mostrando seu descaso, falta de sensibilidade e empatia com os trabalhadores do serviço público, mesmo durante essa pandemia sem precedentes na história do Brasil.
A proposta havia sido aprovada no Congresso, em julho, e amparava profissionais que foram infectados e ficaram permanentemente incapacitados, além de familiares dos trabalhadores mortos em decorrência da Covid-19.
Segundo Bolsonaro, o projeto de lei é inconstitucional e contraria o interesse público, porque prevê “benefício indenizatório para agentes públicos e criando despesa continuada em período de calamidade no qual tais medidas estão vedadas”, afirmou.
Para Marli Rodrigues, é um absurdo que o chefe do Executivo não reconheça o trabalho dos servidores da área da saúde, heróis de uma nação. “Bolsonaro é um presidente arrogante e insensível, exibicionista, um homem infantil e pirracento. O veto é resultado da falta de interesse do grupo que ele representa com servidores públicos. Esta indenização é o mínimo que os profissionais de saúde merecem”, concluiu.
Os profissionais de saúde enfrentam dificuldades diversas durante a pandemia e seguem trabalhando em circunstâncias extraordinárias. Em muitos casos, passam horas em pé, sem comer, sem beber água e usando o mesmo EPI (Equipamento de Proteção Individual). Essas e outras dificuldades da rotina trazem distúrbios físicos e mentais aos trabalhadores que ainda temem transmitir a doença aos seus familiares.
Com informações da Agência Saúde