Enquanto pacientes morrem nas filas dos hospitais, faltam leitos nas UTIs, estoques das farmácias estão zerados, o Governo de Brasília tem aplicados em CDB um valor de R$ 420 milhões.
Esses valores são repassados pelo Governo federal via Fundo Nacional de Saúde ao fundo de cada ente federativo para que paguem despesas com medicamentos, equipamentos, pagamentos de UTI. Mantém a estrutura da rede funcionando. Pelo menos deveria ser assim.
Apenas para refrescar a memória, o relatório da CPI da Saúde escrito pelo deputado distrital Wasny de Roure (PT), embora não tenha trazido resultados práticos, apontou algumas incongruências.
Segundo o levantamento feito no relatório, a partir de 2011, sempre houve considerável quantia de recursos aplicados no mercado financeiro. Veja o quadro abaixo.
Corroborando o que o SindSaúde vem denunciando há tempos, uma reportagem publicada pelo site G1, nesta segunda-feira (11/12), mostra a realidade ineficiente da Secretaria de Saúde. Ela diz que, mesmo com quase R$ 500 milhões disponíveis em conta, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal não conseguiu atingir nem 60% das metas estipuladas para 2016.
A reportagem se refere a um relatório preliminar do Conselho Distrital de Saúde, que deve reprovar parte das contas da SES. O documento mostra que a Pasta não conseguiu atingir o objetivo de cura de casos novos de tuberculose e Hanseníase, e o freio nos casos de sífilis em bebês.
Não cola
As justificativas propaladas por todos os gestores da Saúde não são suficiente para convencer nem a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, muito menos a vítima disso tudo, o paciente.
“Não é por burocracia como o governo diz que esse recurso está parado. São favas contadas. Não adianta falar que esse valor está ‘rendendo”. O paciente que está esperando por cirurgia ou tratamento, que não ocorreu por falta de equipamentos, não quer dinheiro aplicado. Quer é a sua cura, sua recuperação”, alfineta Marli.
Enquanto isso, receber as pecúnias, durante todo esse ano, foi um martírio para os aposentados do GDF. Falta cronograma e sobram promessas de prazos nunca cumpridas. Os aposentados precisaram fazer manifestação em busca de respostas.
“É preciso investigar e entender o motivo desse valor parado. Seria para render lucros a bancários enquanto nossa rede está sucateada?”, questiona Marli Rodrigues.
