Sem motoristas direcionados para o transporte da hemodiálise, pacientes sofrem para garantir continuidade do tratamento; Secretaria de Saúde nega.
De acordo com denúncias dos pacientes e familiares, no Recanto das Emas, quem precisa de hemodiálise está há meses à própria sorte, tudo porque os dez motoristas que antes faziam o traslado dos moradores que necessitam do tratamento crônico foram removidos e remanejados de atividade. Apesar das queixas, a Secretaria de Saúde negou em nota qualquer problema.
O que se fala na regional é que a mudança ocorreu para que o GDF não mais precise pagar as gratificações de Condições Especiais de Trabalho (GCET) e de Ações Básicas (GAB), destinadas a servidores lotados em centros e postos de saúde.
Dependente do tratamento há sete anos, Maria José Pereira de Souza, 64 anos, precisa pegar três ônibus para cada sessão de hemodiálise, que faz três vezes por semana. Ela conta que desde que o transporte da Secretaria de Saúde foi suspenso, não tem outro meio de locomoção e nem quem a acompanhe no trajeto. “Já passei mal no caminho, minha pressão caiu”, relata.
Já Selma acompanha o marido de 54 anos e que há seis depende de hemodiálise. Ela conta que somente na volta conseguem transporte do governo. “Me falaram que nesse primeiro horário não tem condições de levar e buscar, somente trazer, porque não tem carro disponível e nem motorista. No segundo horário eu não tenho como ir porque tenho criança pequena e não tenho com quem deixar”, conta. Além do problema nefrológico, o paciente também é deficiente visual e tem diabetes.
Confira o relato: http://sindsau.de/2wdeGTZ
“O governo vem tentando imputar ao trabalhador toda a reponsabilidade por sua própria incompetência de gestão e vem querendo fazer economia à custa do servidor. Esse tipo de arrocho, além de injusto, tem consequências nefastas, podendo valer até mesmo a vida do paciente. Não vamos nos calar diante dessa situação”, afirma a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.
Procurada pelo SindSaúde, a Secretaria de Saúde afirmou que a hemodiálise ocorre normalmente, negando a remoção de qualquer servidor. A Pasta alegou que 18 motoristas atendem Recanto e Samambaia.