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quinta-feira, 18 abril, 2024

Mais de 1.600 servidores do HBDF vivem a incerteza do dia seguinte

E como irão ficar os pacientes e a assistência?

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As redes sociais do SindSaúde não param de receber mensagens dos servidores da SES que estão cedidos ao Iges com relatos de preocupação sobre o futuro que os espera. A cobrança por uma posição do SindSaúde é grande! Isso porque, os 1.642 servidores da saúde, como técnicos, enfermeiros, especialistas e médicos estão sendo obrigados a deixar os seus postos de trabalho sem saber, com certeza, onde serão lotados.

Um verdadeiro clima de revolta e angústia tomou conta dos servidores que deram sua vida, dia e noite, para combater a pandemia da Covid-19. Nem os anos de dedicação e qualificação profissional foram suficientes no final das contas.

“Estava em casa quando um colega me ligou e disse: todos os servidores públicos da SES serão retirados do HBDF. O chão se abriu! Meu Deus, se essa transformação atingisse só a minha vida, mas ela mexe com toda a minha estrutura familiar. Um novo local de trabalho, após mais de 20 anos trabalhando no Base, na minha segunda casa. Minha equipe é muito qualificada, ama o que faz. Como vão ficar os meus pacientes? Onde irão conseguir trazer tantos profissionais preparados que entendam toda a complexidade do maior hospital do Centro-Oeste?”, afirmou o médico Luís Carlos.

“Como pode uma canetada, de gente engravatada, que nunca usou o sistema público de saúde, desestruturar todo um sistema? Não é possível que a Secretaria de Saúde vai ficar parada, só assistindo esse desmonte do Base. Afinal, nós estamos falando de um hospital emblemático, que é referência no Brasil”, disse o analista Levi Gomes

O Hospital de Base, que foi inaugurado em 1960, poucos meses após a inauguração de Brasília, e que chegou a atender o presidente eleito Tancredo Neves, agora passa por um problema relacionado aos seus servidores.

A missão do Base é prestar assistência integral e humanizada à população por meio de serviços de saúde de alta complexidade aliada à produção de conhecimento. Ora, é por conta desse atendimento especializado e de servidores preparados que o HB é reconhecido pelo SUS como hospital referência no Brasil.

Mas, pelo visto, esse reconhecimento não está valendo de nada pela SES.  Na hora de remover os seus servidores, que sobreviveram aos ataques no governo Rollemberg, que trouxe a triste marca da terceirização; que se desdobraram e enfrentaram a morte nos corredores e a exposição ao vírus da Covid-19, na maior pandemia mundial dos últimas décadas, a secretaria de Saúde não pensou duas vezes antes de agir contra essas pessoas.

Agora, a SES vai ficar conhecida pela gestão que destruiu o Hospital de Base.

“De uma hora para outra, dá essa rasteira na gente, servidores históricos. Não falo de novos ou velhos servidores, mas de profissionais preparados, qualificados e dedicados ao trabalho em atender à população nos seus casos mais especiais e, muitas vezes, complexos de saúde. Agora, esses 1.642 servidores se tornaram emprestáveis e descartáveis?  É isso mesmo?” Afirma um enfermeiro que prefere não se identificar.

Após análise do processo, o departamento jurídico do SindSaúde, sugeriu à diretoria que seja impetrada uma ação para conter as remoções açodadas, partindo do princípio que os servidores trabalham com vidas e não com coisas.

Até o fechamento dessa pauta, a diretoria do SindSaúde permanece reunida debatendo o tema, onde irá tomar as medidas cabíveis.

Fechamos o texto com a frase de uma servidora:

“Tudo que é feito às pressas, dá errado!”

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