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Deputados apresentam proposta para investigar crise na saúde do DF

Até o momento, foram recolhidas quatro assinaturas, sendo necessário um total de oito para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da saúde

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Na última segunda-feira (27), deputados distritais se reuniram com gestores da saúde para cobrar da secretária de saúde (SES) explicações sobre a série de eventos graves na saúde da Capital. Pelo menos quatro casos de mortes de crianças na rede pública de saúde do DF foram denunciados em um mês, levantando acusações de negligência na gestão do setor.

Para avançar com o processo de investigação, são necessárias as assinaturas de oito parlamentares, sendo que até o momento apenas quatro foram recolhidas. A proposta partiu do distrital Fábio Félix (Psol). Na reunião estiveram presentes todos os 24 deputados, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, o presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGES DF), Juracy Cavalcante, e o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha. 

Ao término do encontro, Fábio Félix, possível relator caso a proposta obtenha o apoio necessário, comentou que a SES não forneceu respostas claras, agravando ainda mais a situação  da saúde pública do DF.

No documento de abertura da CPI, os parlamentares afirmam que “é amplamente reconhecido pela sociedade do Distrito Federal que o sistema de saúde pública enfrenta uma série de desafios críticos, resultando em sérios prejuízos no atendimento à população”.

A secretária tem sido procurada e questionada sobre as falhas no atendimento. No entanto, em meio a relatos graves sobre a prestação do serviço, durante uma coletiva realizada no último dia 23, o chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, afirmou que não há crise no sistema público de atendimento. “Estamos empenhados em buscar soluções para minimizar essa questão. Não há crise, não há caos no sistema do DF. O sistema de saúde do DF funciona”, declarou o representante da pasta.

Porém, pelo menos quatro casos de mortes de crianças na rede pública de saúde foram registrados no último mês. As mortes relatadas incluem um bebê de 1 mês que morreu por falta de atendimento apropriado na UPA do Recanto das Emas em 14 de abril, um menino de 1 ano que faleceu no dia 14 de maio na UPA do Recanto das Emas após esperar mais de 12 horas por uma ambulância, uma garota de 8 anos que veio a óbito em 17 de maio após buscar ajuda em quatro unidades de Saúde, e o último óbito relatado foi de uma recém-nascida devido a complicações durante o trabalho de parto no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Aurora tinha apenas 3 dias de vida.

Entre as soluções citadas pela secretária, na mesma ocasião em que afirmou não haver crise na saúde, nenhuma delas foi concretizada até a presente data. São elas a entrega de 60 novas ambulâncias, avaliadas em R$17 milhões, a contratação de profissionais temporários para suprir o déficit de 158 pediatras, e a criação de salas de monitoramento no Hospital de Base. No entanto, até o momento, nenhuma dessas medidas foi implementada.

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