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sexta-feira, 19 abril, 2024

O SUS é maior!

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Marli Rodrigues
Marli Rodrigueshttps://sindsaude.org.br/
Diretora-Presidente do SindSaúde-DF

Muitos brasileiros esperavam a voz do chefe da nação e aguardavam que as palavras do presidente viessem, em primeiro lugar, na defesa da vida do povo brasileiro. Esperávamos que a voz tivesse o tamanho gigante do Brasil. Que a voz do presidente pudesse unificar todos os cantos do País no combate a um vírus mortal, que oferece graves riscos para o povo brasileiro. A voz do presidente teria que representar o sorriso das crianças, a força do trabalhador, o respeito aos idosos e o carinho às mulheres.

Como em um desastre, fomos obrigados a ouvir um discurso cheio de ódio e vingança, desrespeitoso com as entidades epidemiológicas e científicas e com a nossa imprensa, que é livre e democrática. Veículos de comunicação que são referenciais de informação para a população.

Foi abusivo com os órgãos de controle e confundiu o público com o privado. Tratou o País e seu povo como feitores tratavam os subalternos. Banalizou a vida expressando um cuidado com a economia como se o aquecimento da economia fosse possível sem a força e saúde do trabalhador.

Foi um discurso raso, despreparado, medíocre e desrespeitoso. Foram os piores 5 minutos dos últimos anos. Os brasileiros esperavam que a voz fosse de um verdadeiro chefe da nação que representasse o anseio do povo.

Se fôssemos medir o alcance da visão do presidente íamos nos deparar com um muro feito de ódio, preconceito e barreiras intransponíveis, justamente por não conseguir ser um elo entre todas as vertentes, ocupando de fato o mais alto posto do País.

Com o curto alcance de visão do presidente, ele não consegue enxergar minimamente a falta de EPIs (Equipamento de Proteção Individual) nos hospitais do Brasil inteiro, quiçá entender o que é um COLAPSO na rede pública, previsto por toda as autoridades competentes e respeitadas do Brasil e do mundo.

Se não entende o valor da vida de um idoso, da criança, do jovem e da mulher, não vai entender a necessidade de um respirador, INDISPENSÁVEL para pacientes contaminados com coronavírus.

Na sua fala, ele insuflou erroneamente a população a voltar para as ruas. Foi como um comandante mandando o soldado para a trincheira de uma guerra onde a morte é certeira. Quando atacou os governadores, agrediu o processo DEMOCRÁTICO. Sempre é tempo de voltar atrás. Ou o presidente muda o discurso e cumpre o seu papel de chefe de Estado e protege o povo brasileiro, ou será atropelado pela força da população bem informada.

O povo entendeu que o coronavírus é um inimigo letal e que é preciso combatê-lo com os protocolos vigentes para evitar o COLAPSO na rede pública, o que seria uma vergonha para o chefe da nação. Será a primeira vez que um presidente não está lado a lado com o povo e que tem uma visão rasa e limitada.

Nesse momento de crise na saúde pública, não podemos deixar de enaltecer o brilhante trabalho do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que se destaca de muitos outros no seu conhecimento, preparo e valorização da vida. E, claro, enfatizar que os servidores da Saúde são os verdadeiros heróis nessa história. Cumprem seu papel com dedicação, amor e muito profissionalismo.

Graças a Deus, nossa Constituição Federal nos garante o Sistema Único de Saúde e ele nos garante profissionais altamente qualificados, sanitaristas renomados. Sorte a nossa que temos cientistas que também defendem o SUS e podem orientar o povo.

Os brasileiros se tranquilizam ao saber que tem profissionais muito empenhados em lutar pela saúde do povo e evitar a tragédia de saúde pública que ocorre hoje na Itália e Espanha. Temos a voz da Saúde. Ainda bem. Se dependêssemos da voz do chefe do Executivo Nacional, estaríamos fadados ao pior cenário de saúde pública do mundo.

Para grandes crises, os governantes precisam de grandeza nas decisões. Agora, quando é uma gripezinha ou um resfriadozinho, aí pode ser um liderzinho ou um presidentezinho.

Marli Rodrigues
Presidente do SindSaúde-DF

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