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quinta-feira, 18 abril, 2024

GDF afirma que cogita criar hospital para o servidor público

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SindSaúde DF
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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Unidade exclusiva é uma demanda do SindSaúde. Um plano de saúde também deve ser disponibilizado

O diretor do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do GDF (Inas/DF), Ricardo Peres, concedeu entrevista ao jornal Correio Braziliense e detalhou como será o plano de saúde a ser implementado no funcionalismo público e falou ainda sobre a possibilidade de criação do hospital exclusivo para o servidor público, demanda do SindSaúde-DF apresentada ao governador Ibaneis Rocha quando ele ainda era candidato ao GDF. À época, Ibaneis Rocha se comprometeu com a construção de uma unidade exclusiva.

Leia abaixo matéria com entrevista completa publicada no Correio Braziliense:

Hoje, no DF, existem cerca de 160 mil servidores, e o plano atenderá os familiares deles, o que deve somar mais de 400 mil beneficiados. ‘’Vai ser o maior plano do GDF’’, afirma Ricardo. A adesão será facultativa. A princípio, a cobertura será regional, mas o Inas/DF estuda a contratação de um segundo plano para assistir os contratantes em caso de viagens. “A gente faz um convênio com outra empresa e, quando tiver emergência fora, será atendido. Depois, manda a fatura, e a gente paga”, explica.

Para o diretor do Inas/DF, a disposição do governador Ibaneis Rocha (MDB) foi essencial para que o projeto saísse do papel. “Para mim, o ponto mais importante é a vontade do governador. Ele colocou isso como meta principal e tem trabalhado todos os dias e ajudado em tudo o que preciso. Dado toda a estrutura”, disse Ricardo Peres.

 

Qual modelo serviu de inspiração (para o plano de saúde dos servidores do GDF)?

A própria Geap (plano dos servidores federais). Ela nos procurou para que fizéssemos um convênio, conversamos e vimos que é um modelo de negócio bem interessante. Temos 160 mil servidores e, se multiplicar com os dependentes, estamos falando em 400 mil vidas. Vai ser o maior plano do GDF. O Inas não tem estrutura, não temos experiência, nem servidores que trabalharam com plano. O modelo que achamos é o que está sendo implantado hoje em várias operadoras. Contrata uma empresa que traga o sistema e dê consultoria e assessoria no plano de saúde. Já vem com tudo montado, para dar suporte para o Inas.

Todos os servidores estão incluídos nesse plano?

A lei fala dos servidores diretos, mas ela permite que a gente faça um convênio para que, se as estatais quiserem participar, não terá problema. Mas, diretamente, só os servidores.

Os servidores vão poder optar ou é obrigatório?

Na lei (de criação do Inas/DF), está como compulsório, mas até preparamos uma alteração. Só não encaminhamos lá atrás, porque pensamos que, depois do (levantamento) atuarial, talvez venham algumas outras atualizações que tenham de ser feitas. Então, vamos aproveitar e fazer uma só. Por exemplo, hoje, (a lei) fala que o servidor vai pagar sobre o percentual da remuneração dele. Mas, hoje, o mercado tem mostrado que isso não funcionou no passado. Então, o atuarial vai dizer. Podemos fazer um (modelo) misto, por exemplo: faixa etária mais remuneração, ou só faixa etária. Para que a gente não tenha de encaminhar um projeto de lei e, depois, outro, vamos aguardar isso (o atuarial), para encaminhar um só. Mas (o plano) vai ser facultativo.

A ideia é que seja mais barato do que uma seguradora para o servidor?

Tem de ser mais barato, entre 20% e 30% do que o praticado no mercado, com o mesmo produto. Se não, não justificaria a criação desse plano. Vamos colocar coparticipação para que o servidor participe, para a gente ter um controle maior da semestralidade, porque a conta vem depois de um ano. Se a gente não cuidar, o reajuste vai ser alto.

Tem uma ideia de quanto pode ficar, em média, o valor?

Não temos condição, só depois do contrato para podermos dizer.

E a sustentabilidade desse sistema? Tem dinheiro em caixa?

Tem dinheiro para implantar o plano de saúde, sim. Uma vez, recebemos um relatório da Secretaria de Economia que dizia a quantidade de afastamentos do GDF, em 2018. Cerca de 70,5 mil afastamentos, isso corresponde 1,4 milhão de dias que os servidores deixaram de trabalhar, e o GDF teve de repôr isso. Hoje, o GDF está pagando para que outro servidor atenda no lugar daquele que está afastado por questão de saúde. A maioria por saúde mental. É triste. Temos um trabalho forte em prevenção, principalmente na área de saúde mental. Hoje, a depressão está aí, não só na rede pública, mas em todos os lugares.

Mas já está separado no orçamento?

Já. Essa contratação que estamos fazendo não tem custo para a gente. Vamos pagar por vida contratada. Ou seja, se vierem 1mil servidores, eles vão pagar a mensalidade e, com esse valor, vamos pagar a consultoria. Até isso foi importante, porque não temos noção do número de servidores que virão. Vamos pagar por servidor que aderir ao plano.

Já tem previsão de o plano, de fato, funcionar?

Se ocorrer tudo bem, dentro dos prazos legais desse edital, a gente acredita que, de 90 a 120 dias, o plano esteja na rua. Esse ano sai. Administração pública foge um pouco do nosso controle. Se for normal, esse ano sai, com certeza.

Vai ter prazo de carência?

Sim. O autorial vai dizer se a gente pode fazer um trabalho, por exemplo, de nos primeiros 60 dias não ter prazo de carência. Depois disso, passa a ter o prazo de carência normal. Podemos fazer uma campanha para aquele número alto de adesões. Podemos dizer: “Se fizerem a contratação no lançamento do plano, fica sem carência”. A gente pode negociar.

O preço deve ser mais barato, mas que outro tipo de vantagem o servidor terá ao contratar o plano?

O próximo passo é criar o hospital dos servidores, para que possa ter atendimento diferencial. Hoje, as empresas têm lançado o sucesso das operadoras de saúde quando fazem a verticalização, têm o próprio hospital, próprias clínicas para atender o servidor.

Esse plano precisa seguir as mesmas regras da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar)?

Não precisa. Essa é a vantagem. Não precisa ser registrado. Ele é como se fosse dentro do RH (recursos humanos) de uma empresa. Vou lá e faço o credenciamento com a rede hospitalar, convênio com alguns médicos, desconto o valor do salário do servidor, pego o dinheiro, vem a fatura, faço a glosagem, vejo se aquilo foi utilizado e pago a fatura. Se olhar a formatação, é simples.

Esses servidores migrando para o plano significa muitas pessoas que vão desafogar  a rede pública de saúde?

Com certeza. Foi uma das coisas que pensamos. Vamos ajudar muito a rede pública, tirando essas pessoas das filas e, com isso, melhora o atendimento ao cidadão.

A cidade vai fazer 60 anos, e os servidores não têm um plano de saúde. Não corre o risco de ter uma demanda excessiva e criar problemas financeiros para o plano?

Essa demanda reprimida existe. No autorial, vai ser levantado isso, para a gente adequar isso no preço e na própria criação do plano. Graças a Deus, vamos poder atender isso. Está dentro dos nossos estudos e do cálculo autorial.

Vai valer para os comissionados também?

Eles também serão assistidos. A gente tem recebido muita pergunta sobre isso. Eles ficam alegres. É autoestima e motivação para os trabalhadores

O que o senhor avalia que vai mudar da criação do instituto para hoje?

Para mim, o ponto mais importante é a vontade do governador. Ele colocou isso como meta principal e tem trabalhado todos os dias e ajudado em tudo o que preciso. Dado toda a estrutura. Ele está 100% à disposição para que o plano saia do papel.

O atendimento aos servidores será nacional?

Está definido que vai ser regional, porque o servidor passa mais de 90% do dia a dia no DF. Você acaba onerando se fizer um plano nacional de pouca utilização. Para não ficar desassistido quando estiver viajando, a gente faz um convênio com outra empresa e, quando ele tiver emergência fora, será atendido. Depois, manda a fatura, e a gente paga.

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