O presidente Jair Bolsonaro, juntamente com o ministro da Economia, Paulo Guedes, travam uma guerra com a classe trabalhadora e dividem o País ao tentarem, a todo custo, aprovar mudanças na aposentadoria. Enquanto isso, a especulação do governo, do setor financeiro e de alguns empresários deixa o Brasil parado.
O principal argumento dos defensores da reforma da Previdência é o combate aos privilégios dos mais ricos. Segundo esses entusiastas, todos devem pagar o preço, desde os mais pobres até a classe mais abastada do País. No entanto, isso não faz sentido. Como pessoas com renda totalmente diferentes serão penalizadas da mesma forma?
Em debate realizado na comissão especial na Câmara dos Deputados, que analisa a proposta de reforma da Previdência, o economista Eduardo Moreira criticou as falácias ditas pelo Governo Federal. “Você não pode comparar os R$ 100 que você corta do rico com os R$ 100 que você corta do pobre”, disse Moreira.
Sem sombra de dúvidas, o aspecto mais cruel da reforma da Previdência é a alteração no Benefício de Prestação Continuada (BPC), concedido a idosos com mais de 65 anos e renda familiar de até R$ 238 e às pessoas com deficiência. Com as regras atuais, esses beneficiários têm direito a um salário mínimo mensal. A equipe comandada por Guedes propõe duas faixas de benefícios para os idosos. A partir dos 60 anos, no valor de R$ 400, e a partir dos 70 anos, no valor de um salário mínimo, R$ 998 atualmente.
Para o SindSaúde, outra característica cruel da reforma da Previdência é a mudança para o sistema de capitalização, em que o trabalhador deposita valores todos os meses e, após determinado tempo, saca o dinheiro. Porém, a poupança rende mais e, além disso, o usuário pode retirar o dinheiro quando ele quiser.
Capitalização
Esse modelo de aposentadoria é a menina dos olhos de Paulo Guedes. Ele defende com veemência o sistema, pois presenciou, enquanto morou no Chile, a sua implementação. Mas o que o economista da Escola de Chicago não menciona é que, atualmente, o Chile está revendo esse modelo de aposentadoria.
O SindSaúde não cessará na resistência à reforma da Previdência, pois coloca o bem estar do trabalhador em primeiro lugar. Esse sindicato não concorda com a proposta que fere os direitos adquiridos com tanta luta pelo movimento sindical, que fere as pessoas mais carentes desse País e enriquece o bolso de instituições financeiras.