Na última gestão, 1.261 pacientes morreram esperando uma vaga. Em ação de 2018, Justiça determinou agora novos desbloqueios
Em decisão anunciada nesta quarta-feira (15), a Justiça do DF acatou ação da Defensoria Pública do Distrito Federal e da União e determinou ao GDF a reabertura de 68 leitos em dez dias. A ação foi aberta no ano passado, gestão do então governador Rodrigo Rollemberg.
Foi também em 2018, que o SindSaúde obteve acesso, com exclusividade, a um relatório da própria Secretaria de Saúde (SES-DF), onde a pasta fez um apanhado da situação dos leitos de UTI em um período de três anos. Segundo o balanço, das 4.368 pessoas que entraram na Justiça entre 2015 e julho de 2017 para garantir acesso a UTI, 1.261 pacientes morreram à espera de um leito.
Para a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, a novela da falta de leitos não pode se repetir: “É direito da população ter saúde pública de qualidade e o governo precisa oferecer os leitos. Tivemos um passado com dados alarmantes e a atual gestão precisa estar atenta a isso para fazer diferente. A população não pode ficar à espera, não precisa ter que recorrer à justiça”, afirma.
Na decisão desta quarta-feira, a Justiça também determinou que a SES coloque em funcionamento 458 leitos de UTI, no mínimo, até 15 de novembro de 2019.
Balanço
Questionada pela reportagem do SindSaúde, a SES informou que trabalha na adoção das medidas para cumprir os prazos estabelecidos pela Justiça. Esclareceu que a rede tem hoje 384 leitos de UTI (entre próprios, contratados e conveniados). Desses, 24 leitos estão bloqueados por falta de RH ou manutenção, e a fila de espera conta com 114 pacientes aguardando uma vaga.
A pasta respondeu ainda que o encaminhamento dos pacientes leva em consideração a prioridade clínica – casos mais graves são priorizados. A busca de vagas é feita pela Central de Regulação, que funciona 24 horas “e faz buscas constantes para verificar a disponibilidade de leitos que atendam às exigências de cada paciente”, dia a nota.