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quinta-feira, 25 abril, 2024

Tratamento de soropositivos no DF merece expansão

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SindSaúde DF
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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Existência de poucos centros de referência no combate ao HIV dificulta o acesso dos pacientes ao diagnóstico e ao tratamento

O Distrito Federal registrou, de 2012 a 2017, 2.704 novos casos de Aids e 3.352 de HIV. Desde o início da epidemia até dezembro de 2017, o DF registrou 10.735 casos de aids. Os números foram divulgados no Boletim Epidemiológico de HIV/aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), da Subsecretaria de Vigilância à Saúde/SES do DF. O balanço expressa o cenário do HIV/aids na capital, mas especialistas alertam para a necessidade de mais unidades de saúde que atendem os soropositivos.

Só em 2017, foram identificados 334 novos casos de aids e 645 de HIV no DF. De 2012 a 2017, houve uma redução nos números de aids no DF de 42%. Enquanto isso, foi registrado um aumento de 83% nos casos de detecção de HIV – saindo de 352 para 645. O percentual demonstra também que mais pessoas diagnosticadas estão se tratando e que mais pessoas estão fazendo o teste.

Mortes

Em um ano, o número de mortes tendo como causa básica o HIV/aids reduziu 6,3%. Em 2017, foram 105 mortes no DF. O ano de 2018 marca os 30 anos do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro.

Segundo o balanço do próprio Ministério da Saúde, o Distrito Federal tem um dos melhores desempenhos no combate ao HIV do País. Mas este cenário poderia ser ainda melhor.

No site da Secretaria de Saúde do DF, há uma relação de apenas 11 locais de referência no combate ao HIV/Aids no DF. Porém, recentemente foi divulgado pelo portal Metrópoles, em 13 de julho deste ano, que o Posto de Saúde nº 11, na quadra 905 Norte não faria mais o serviço. Os pacientes que eram acompanhados na unidade deveriam buscar tratamento na Policlínica do Lago Sul. Segundo fonte do jornal, a distância significativa dificultaria o acesso dos usuários e sobrecarregaria outros centros de atendimento.

A infectologista da Secretaria de Saúde do DF, Sonia Geraldes, explica que “a unidade de referência é responsável em coletar o sangue para testes e outros exames de portadores, distribuição dos medicamentos e acompanhamento médico”.

Apesar de Brasília ter bons índices no combate ao HIV, seja na detecção ou no tratamento, o que é fruto de um bom trabalho dos profissionais, segundo a infectologista, ainda se tem um longo caminho a percorrer. No DF, o Hospital Dia, Asa Sul, é referência no tratamento e no combate ao HIV/Aids. Porém a médica alerta que “é preciso estender este aparato de acompanhamento para mais unidades do DF. A dificuldade de acesso não incentiva a procura e com isso perdemos ainda alguns pacientes que não buscam ajuda”.

Unidades de referência

De acordo com a especialista, é necessária uma ampliação dos locais de referência na prevenção e combate ao vírus. Facilitar o deslocamento dos portadores melhora o atendimento. “Brasília é um cenário de luta no combate ao HIV. Ficamos contentes com o resultado de índices mais baixos em relação aos outros lugares do País, porém ainda é preciso muita luta”, afirma a médica, que conclui que muitos outros casos poderiam ser acompanhados se o acesso até os profissionais fosse facilitado.

A ONG Vida Positiva tem como objetivo alcançar estabilidade física e mental aos que vivem e convivem com o HIV/Aids no DF. Foi fundada em meados de 2006 com o intuito de ajudar os portadores a superar o preconceito e a discriminação. “Apesar das dificuldades, nós que acompanhamos de perto diversos soropositivos só podemos agradecer os servidores da Saúde do DF. Por mais que o diagnóstico não seja mais uma sentença de morte, ainda é muito difícil receber este resultado reagente e os trabalhados dos centros de referência transmitem um acolhimento tão eficaz que aproxima as pessoas e afasta o preconceito”, diz a presidente do Vida Positiva, Vicky Tavares.

Maior adversário no tratamento do HIV/AIDS ainda é o preconceitoMaior adversário no tratamento do HIV/AIDS ainda é o preconceito

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