SindSaúde vira a página após 4 anos de luta para a construção de uma saúde pública melhor
Às vezes, na vida, precisamos ter muita coragem e determinação. Isso ocorre quando o momento pede para irmos além das nossas forças e conquistar mais que a expectativa. E o momento pediu. Tomou posse em 2015 um governo inescrupuloso, que, mesmo após a queda de um viaduto, a derrubada de casas e o assassinato de pacientes, ainda teve o cinismo de se apresentar para uma reeleição. Poderia até ser fácil, se não houvesse trabalhadores determinados para se colocar no caminho e impedir tal vilania.
Tem sido assim desde o início do desgoverno de Rodrigo Rollemberg, que conseguiu desagradar a todos e unir os mais divergentes para enfrentá-lo.
Rollemberg escolheu o servidor público como seu alvo, se prostrou no Palácio do Buriti como paladino da moral e da ética. Sentou-se em sua espinhosa cauda e, com os olhos flamejantes, julgou todos e decidiu que ia definir o destino dos trabalhadores e de toda população do DF. Qual foi sua surpresa ao encontrar pela frente organizações que o enfrentaram, entre elas o SindSaúde, que lutou desde o primeiro momento, mesmo quando ele não reconheceu os 10% de corrupção denunciados pelo vice-governador. Denúncia essa que foi abafada pelos seus seguidores, mas que se traduziu em sofrimento e dor para todo o povo.
Foi muito estranho o silêncio e o ladeamento de históricas centrais e líderes. Se esconderam como ratos nos porões do GDF. Enquanto isso, nos campos de batalha, trabalhadores sofreram, mas em nenhum momento se renderam aos encantos do chefe da organização.
Diversas vezes Rollemberg tentou fechar o sindicato e desqualificar seus líderes, exercendo papel de jagunço. Os trabalhadores da Saúde viveram os piores anos de perseguição e miséria, deixando claro que o atual governo é o governo do desmanche.
Esta instituição seguiu firme em seu propósito, ostentando a campanha #ForaRollemberg.
Além de fazer a luta, o SindSaúde procurou pavimentar o caminho, arar uma terra para que novas sementes fossem plantadas. A terra arrasada se tornou esperança, mas sempre fica uma grande lição: Governo é Governo. Sindicato é Sindicato. São interesses opostos e a luta precisa ser preservada.
Foram quatro anos que pareceram uma eternidade. Se tivéssemos um relógio no centro da capital, seguramente muitos desejariam, olhando pra ele, que os ponteiros voassem. Tudo tem um início, meio e fim. Esse fim foi muito esperado.
O sufrágio popular determina exatamente o que diz as sagradas escrituras: do pó vieste, ao pó voltarás!
Por Marli Rodrigues