Multinacional alerta para possível suspensão da entrega dos gases caso GDF não pague débito de quase R$ 1 milhão
A rede pública de Saúde do Distrito Federal pode ficar sem gases medicinais por conta de dívidas da Secretária de Saúde com uma empresa multinacional que fornece os equipamentos com os gases. Segundo um documento, obtido pelo SindSaúde, a companhia Air Liquide solicitou à SES, nesta quarta-feira (3), o pagamento dos débitos até o final deste mês de outubro sob pena de suspensão das novas entregas.
São exemplos de gases medicinais o oxigênio, ar sintético medicinal, óxido nitroso e dióxido de carbono.
A dívida da SES junto à empresa soma quase R$ 880 mil e se refere a serviços prestados em diversos hospitais, centros de saúde, unidades de pronto atendimento (UPAs), Samu e até ao Corpo de Bombeiros. A Air Liquide é uma multinacional francesa e a sua unidade no Brasil está localizada em São Paulo. A empresa cobra do governo local serviços prestados entre os meses de setembro de 2017 e 2018.
No documento, a companhia afirma que o GDF pode optar por rescindir o contrato “com a consequente retirada dos equipamentos”.
Para a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, o governo local sempre decide pela falta de planejamento. “O serviço já foi prestado e a empresa precisa alertar o contratante sobre débito. O GDF demonstra, mais um vez, a falta de organização com os serviços essenciais à população que ela acaba terceirizando. São dois riscos aí: primeiro, a terceirização, quase sempre duvidosa, e segundo, o calote nas empresas. A conta sempre cai no colo da população”.
Procurada, a Secretaria de Saúde não respondeu quando irá pagar ou se irá contratar outra empresa para fornecer gases medicinais em caso de suspensão.