Mais uma vez, Rollemberg troca os pés pelas mãos na gestão do Distrito Federal
Durou apenas um dia o decreto do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) que obrigava todos os servidores, efetivos ou não, que ocupam Cargos de Natureza Especial (CNE) do Distrito Federal a baterem ponto. O chefe do Executivo instituiu a medida na última quarta-feira (12), editando o Decreto 39.334, mas voltou atrás no dia seguinte. A revogação está no Diário Oficial desta sexta-feira (14).
Fazem parte dessa categoria profissionais que deveriam ter a aferição do trabalho controlada e que exercem as funções de direção, chefia e assessoramento, sendo boa parte deles somente comissionados. Nesse rol, se a decisão inicial fosse mantida, subsecretários, superintendentes, diretores, coordenadores e assessores seriam obrigados a registrar a frequência que comprova o cumprimento da carga horária.
Com o fim da gestão, e há pouco menos de um mês do primeiro turno das eleições deste ano, esse decreto gerou desconfiança, pois, ficou nítida a vontade do governador “jogar para a platéia”, sugerindo que seus comandados cumprissem a carga laboral, dando eficiencia à maquina pública.
O recuo na revogação do decreto pode ter sido motivado pela pressão dos aliados e padrinhos políticos dos nomeados, que ocupam esses altos cargos de segundo escalão (os de primeiro são cargos de Natureza Política e não tem nenhum controle na prestação dos serviços).
“A gente sabe que a maior parte dos cargos comissionados é ocupada por indicados políticos do governador e de seus aliados. Muitos desses servidores não batem ponto porque estão fazendo campanha para os políticos que os colocaram no governo sem concurso público, inclusive a claque que acompanha o governador, evidenciando o uso escancarado da máquina pública ”, afirma a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.