Após dar calote em empresa, SES reassume UTI Pediátrica do Hospital de Santa Maria. Expectativa não é boa
Após inúmeros transtornos causados à população, como a remoção repentina de crianças de leitos, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal reassumiu nesta sexta-feira (14) a gestão da UTI Pediátrica do Hospital de Santa Maria (HRSM). Isso porque terminou ontem (13) o aviso prévio de 10 médicos da Intensicare, empresa contratada pelo GDF que estava à frente do serviço. A partir de agora, o governo local se comprometeu a contratar intensivistas pediátricos aprovados por concursos públicos.
Para o SindSaúde, a situação de caos para atendimento das crianças no HRSM deve permanecer complicada. “O GDF tem obrigação de gerir as unidades e gerir com competência. A SES tem profissionais muito capacitados para isso. A questão de Santa Maria é incompetência do governo. Será que o governador Rollemberg vai se preocupar com as crianças atendidas em Santa Maria às vésperas de deixar o Buriti? Duvido muito que isso aconteça. Se nada fez até agora…” questiona a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.
Apesar de intitulada como UTI, a ala funciona como semi-intensivo desde 7 de agosto, quando a empresa Intensicare iniciou o desmonte com a retirada de profissionais e equipamentos.
A SES deve apenas nessa gestão sete meses de provimentos de serviços à Intensicare. Junto a débitos de governos anteriores, o GDF possui dívidas de ao menos nove meses com a terceirizada.
A ala agora, na gestão da SES, continua com apenas 15 leitos, incluindo os crônicos. Segundo fontes do SindSaúde, o número de médicos intensivistas enviados para a unidade é insuficiente para atender um maior número de pacientes.
“Esperamos que aquelas cenas de remoções não se repitam. Apesar do sindicato ser contra terceirizações, entendemos que o GDF precisa honrar com suas dívidas, porque um calote a qualquer empresa faz com que centenas de trabalhadores fiquem sem dinheiro”, afirma Marli.
Em agosto, o portal do SindSaúde relatou o drama de diversas mães e o descaso por parte do GDF, ao surpreender mães com o fechamento de 10 dos 21 leitos da UTI da Pediatria sem serem comunicadas com antecedência.
Débitos
Apesar de dívidas do GDF junto à empresa, uma determinação judicial proibia que a companhia interrompesse as atividades na unidade até o momento que o governo assumisse o controle da UTI.
Ao Metrópoles, a Secretaria de Saúde informou que aguarda ajustes de impostos do Tribunal de Contas do DF (TCDF) para efetuar o pagamento a Intensicare, mas a empresa contesta a afirmação e diz que não há qualquer pendência jurídica ou administrativa para a dívida seja honrada.