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quinta-feira, 25 abril, 2024

Gestor covarde deixa pacientes com câncer morrerem à míngua

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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Humberto Fonseca sentencia morte aos pacientes com câncer

Em destaque num veiculo de imprensa do DF nesta quarta-feira (02), o secretário de Saúde do DF, Humberto Lucena, comentou que a burocracia dos processos licitatórios atrasam em ate 8 meses a escolha da empresa que fornecerá medicamentos quimioterápicos para tratar os pacientes da rede com câncer. Ele disse “lamentar” e afirmou que “a burocracia atrapalha os procedimentos”.

Tais afirmações ecoam como afronta aos ouvidos de quem escuta e aos olhos de quem lê. Para um paciente com câncer, uma doença onde cada segundo é precioso, se deparar com essa informação é desesperador. Não basta a dificuldade no acesso ao sistema, a falta de exames complementares específicos, agora, eles têm mais uma barreira a vencer, a covardia do gestor!

Cumprir a lei é obrigação do agente público, esteja ele investido em cargo ou não. Agir com bom senso e responsabilidade também são características necessárias para a realização de suas atividades. E, no caso em tela, se tratando de vidas que serão sacrificadas pela burocracia, o “super secretário”, que ostenta orgulhosamente ser advogado e médico, deixa claro que ele está pensando como jurista!

Se ele pensasse como médico, ele se preocuparia em salvar essas pessoas. E depois, se justificaria perante as instâncias necessárias à sua decisão. Afinal, ele tem excelente relação com o Ministério Público. Com certeza, isso seria facilmente apaziguado.

No entanto, o que o secretario quer com esse comentário é comprar sem licitação. Ele usa a morte das pessoas como uma desculpa. Ele não quer cumprir o  que a lei exige no que diz respeito à licitação. Ele quer usar o dinheiro público como se fosse dele.

A culpa da demora não é da necessidade da licitação. A culpa é dele, da falta de planejamento. Em todas as mortes que ocorrerem por desassistência, o responsável é o secretário de Saúde.

Outra coisa que é preciso: romper essa barreira, imposta pela burocracia cultivada de forma nefasta, para privilegiar fornecedores e que matam os pacientes. Eles só querem uma chance para lutar! Eles só querem o que a Constituição Federal assevera, ou seja, DIGNIDADE! Dignidade para lutar por suas vidas… Vivem numa agonia infinita entre a incerteza e a desassistência…

Onde estão as autoridades judiciárias daqui que não ouvem esse lamento? Que não percebem que, nas palavras desse gestor, está implícita uma sentença de morte para muitos desses doentes?

A Justiça tinha que obrigar a SES a fazer previsão contínua desses medicamentos. Por que esperar acabar a fim de submeter à essa longa espera?

Se o secretário de Saúde, o advogado Humberto Fonseca, não tem coragem para enfrentar a burocracia e garantir o tratamento desses pacientes, que ele tenha a dignidade de sair e deixar esse lugar para alguém que entenda que o escopo desse cargo é a vida humana!

 

Marli Rodrigues
Presidente do SindSaúde DF

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