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quinta-feira, 28 março, 2024

Profissionais da Saúde falam em estresse, assédio moral e perseguição por parte da gestão pública do DF

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SindSaúde DF
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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Relatos foram ouvidos em audiência pública na CLDF que discutiu o programa Converte, da Atenção Básica

Relatos que já são conhecidos entre os trabalhadores da categoria foram repetidos nesta quinta-feira (7), na Câmara Legislativa do DF (CLDF), durante audiência pública que debateu questões relacionadas à realocação dos médicos da Secretaria de Saúde que não aderiram ao Programa Converte. O evento foi proposto pela deputada Celina Leão (PPS).

O Converte é um curso de capacitação para a transição ao novo modelo de atenção primária, que consiste exclusivamente em Estratégia Saúde da Família (ESF). Muitos questionaram esse modelo ao dizer que não está funcionando no DF. Médicos de uma especialidade passam por curso de dois meses e então já podem atender outras especialidades na atenção primária.

Além dessas questões, os médicos, enfermeiros e técnicos de radiologia falaram sobre o descaso total com os servidores e com a população. Denunciaram perseguição e assédio moral com aqueles que não aderiram ao programa, revelaram cansaço diante da falta de pessoal para atendimento e criticaram muito a forma como a atenção primária é conduzida pelo governo do DF.

Em matéria publicada nesta quarta-feira (6) aqui no portal, o SindSaúde mostrou que o déficit de médicos pediatras vai muito além do que a Secretaria de Saúde calcula. Relatórios entregues ao MPU não consideram com fidelidade as recomendações de portarias do Ministério da Saúde sobre a necessidade mínima de profissionais.

Para Ana Cláudia do Carmo, pediatra que participou da audiência desta quinta-feira, a situação está um caos total: “Estamos estressados, deprimidos, surtando. Sofremos assédio moral desde a época da adesão ao Converte, quando tivemos que optar por largar nossas especialidades pra nos tornar generalistas. O CRM não pode ser conivente com isso”, afirmou a médica, clamando por ajuda do Conselho Regional de Medicina.

Formação

Ela ainda criticou o modelo de formação para os médicos que foram conduzidos à Saúde da Família: “Poucas horas não substituem uma formação de vários anos. Nós estamos vendo nossos pequenos pacientes que chegam à UPA e não tem médico, chegam no pronto-socorro e não tem médico”, lamentou Ana Cláudia.

Ana ainda completou que, segundo ela, os próprios colegas relatam que não se sentem capazes de atender algumas especialidades após o curso de capacitação da Atenção Básica. “O que questiono é forma como foram convertidos os médicos da família. Eles não se sentem capazes. Estamos sendo desviados de função. Existe um concurso específico para cada especialidade. No entanto, hoje, estamos sendo avaliados por habilidades que apresentamos na hora atendimento. Esta não é essa atenção básica de saúde que nossos pacientes merecem”, finalizou a médica.

Modelo frágil

Outra pediatra, Elvira Lúcia de Faria Macêdo, trabalha há 22 anos no Gama e disse que hoje faz 40 horas na atenção primária. Ela afirmou ser a favor da estratégia de saúde da família, mas não da forma como é feita no DF.

“Essa atenção primária que esperamos é como um modelo funcional e eficiente que tanto se fala em outros países, não é como a que está acontecendo aqui”.
Elvira contou que muitos médicos que participaram do Converte têm buscado apoio jurídico pois não se sentem capazes de atender crianças, por exemplo.

“Na Regional do Gama perdeu-se toda a referência pediátrica. Todas as crianças do Gama e de Santa Maria estão sem atendimento”, finalizou emocionada a pediatra.

Incompetência

O deputado Raimundo Ribeiro, também do PPS, participou da audiência e fez um discurso muito duro em relação ao atual governo de Rollemberg: “A Saúde quando não funciona, ela mata. O governo foi feito pra resolver problemas e esse que está aí não comanda nada. Ele é lerdo, preguiçoso e nunca trabalhou na vida. O que falta é comando”, destacou Ribeiro.

O parlamentar ainda questionou a ausência do secretário de Saúde, Humberto Fonseca, um dos convidados para a audiência. A Secretaria de Saúde enviou representantes que tentaram, a todo tempo, afirmar que o DF tem um serviço de saúde de qualidade e modelo. E ainda disseram que os servidores da Saúde do Distrito Federal são os mais bem remunerados do Brasil.

“O ConVerte é mais uma farsa desse protótipo mal-sucedido de governo, comandado por Rollemberg!”, dispara Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde.

“Medicos especialistas devem atuar em suas especialidades. Absurdo tentar obrigar os profissionais a fazerem “treinamento” de dois meses para atenderem como generalistas. É um risco à populacao e aos profissionais.”, alerta a Presidente, que destaca ainda, a reincidencia do secretário de saude em impor modelos “tampão”, para maquiar a assistencia à saude. “Antes, eles obrigaram profissionais da atenção basica a atuar nas emergencias e UTI’s, tambem sem treinamento. Agora, inventam esse CONVERTE, de faz-de-conta!”.

O Sindsaude esta estudando medidas para representar junto aos órgãos competentes, com o intuito de resguardar os profissionais de saude em suas atividades e assegurar aos pacientes um atendimento digno e eficiente

 

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