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quinta-feira, 18 abril, 2024

Contratar servidor sem planejar é desprezar profissionais e população

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SindSaúde DF
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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Governo do DF anunciou contratação de 915 novos servidores para a Saúde, mas esquece de especialidades importantes e da valorização de quem já está na rede

O governo anunciou hoje (17) a contratação de 1.183 novos servidores, a maior parte da Saúde. A Secretaria de Saúde (SES-DF) receberá 836 trabalhadores e a Fundação Hemocentro de Brasília, outros 79. As nomeações devem ser feitas até o fim do ano. Foram anunciadas também 561 ampliações de carga horária.

O anúncio dessas nomeações, e para onde esses novos profissionais vão, evidencia a falta de planejamento da Secretaria de Saúde. Primeiramente porque o número é ainda insuficiente para suprir toda a demanda. É uma gota no oceano.

Mas na visão da presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, outros pontos, que não foram comentados pela Secretaria de Saúde, são importantes. Não apenas a contratação dos concursados.
“Porque antes de anunciar as nomeações, o governo não realizou um concurso de remoção dos atuais servidores, após uma análise minuciosa do que nossa Saúde realmente precisa? Não adianta contratar e colocar esses profissionais em pontos que não são estratégicos para o atendimento. Nossa população está morrendo nas filas de espera das emergências”, alerta.

Marli Rodrigues lembra ainda que não foram anunciados médicos para atuarem nas UTI’s, por exemplo. “As unidades de tratamento estão fechadas por falta de recursos humanos e isso é um crime. O governador precisa ter um olhar humanizado em relação à população que sofre enquanto espera atendimento nas emergências de todo o DF. O Pronto Atendimento não existe e a destinação desses novos profissionais certamente não foi avaliada diante de uma demanda real. O que o governador busca é apenas uma resposta imediata, de olho em 2018”, afirma Marli.

De acordo com o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, a prioridade é suprir o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), POSTERIORMENTE as escalas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Segundo ele, seis ambulâncias avançadas do Samu serão colocadas nas ruas com a contratação de 64 clínicos e 64 novos médicos vão fechar as escalas das seis UPAs. “O restante dos médicos que tomarem posse serão distribuídos para reforçar as Unidades de Pronto Atendimento”, prometeu.

TABELA DE CONTRATAÇÃO.jpg

Nenhum pediatra

O governo afirmou ainda que as nomeações dos médicos de família reforçarão a atenção básica. “Vamos poder chegar em junho de 2018 com 70% de cobertura na atenção primária no Distrito Federal”, garantiu o governador.

Marli critica que o foco seja somente nesta área, deixando outras extremamente carentes descobertas, como a pediatria nos hospitais. “O atendimento às crianças, um dos pontos mais fracos da Saúde do DF, seguirá comprometido e o GDF não se empenha em melhorar isso”.

Para deixar mais claro ainda a falta de planejamento do governo é preciso saber que atualmente não há médicos pediatra, Neonatologista e Intensivistas na fila de espera para serem nomeados. Ela está zerada desde o ano passado. Ou seja, a Secretaria deveria ter preparado um concurso público para essas áreas e não o fizeram. Em vez disso, o governo tentou renovar contratos temporários, o que acabou sendo negado pela Justiça do DF.

Ao SindSaúde, a Secretaria de Saúde disse que a pasta prepara edital para realização de novo concurso que contemplará especialistas, entre eles pediatras.

O governador Rodrigo Rollemberg também comentou no anúncio que essas nomeações foram “graças a aprovação da reforma da previdência dos servidores”, o que também é motivo de reflexão de Marli. “Para quem colocou a mão em R$5 bilhões do IPREV (Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal), ele está gastando muito mal”, comenta.

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