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sábado, 20 abril, 2024

A culpa é do GDF

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SindSaúde DF
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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Mais uma vez má gestão e contratos terceirizados prejudicam serviços como, fornecimento de gás e lavanderia de HRSM, que não funciona há mais de uma semana

O caos na saúde pública do DF ganha novos episódios. Desta vez, os pacientes do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) estão tendo suas roupas lavadas e esterilizadas pelos acompanhantes no quintal de casa. Há mais de oito dias a unidade está sem o serviço de lavanderia.

Não bastasse o desastre de proporcionar uma proliferação de bactérias e infecções, no fim desta tarde (06/06), a Secretaria de Saúde (SES-DF) confirmou que um recém-nascido pode ter sido sequestrado dentro da maternidade do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN).

“Todos esses absurdos são resultados da falta de gestão e excessivos contratos com empresas terceirizadas: HRSM com serviços essenciais cortados e a segurança do HRAN a Deus dará”, denuncia Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde.

A empresa Gasball, responsável pelo fornecimento de gás do HRSM suspendeu o abastecimento devido à falta de pagamento do GDF. Por causa disso, alguns setores do hospital estão prejudicados. Como as luzes são intermitentes, existem corredores que estão totalmente no escuro.

Já a empresa terceirizada (NJ), que fazia o serviço de lavanderia do HRSM perdeu a licitação, mas há oito dias a empresa vencedora (TecLav) não assumiu o posto de trabalho.

“É um desconforto, algo inadmissível. Trata-se de hospital, de roupa suja com risco de contaminação. É muito perigoso. Por que o governo não se programou para quando uma empresa saísse a outra assumisse? É porque é irresponsável”, afirma a sindicalista.

SEGURANÇA ZERO

A suspeita é de que uma “mulher de vestido florido” tenha levado a criança de dentro da maternidade do HRAN. A SES confirmou o caso e a Polícia Civil investiga a situação.

“Segurança do paciente é de total responsabilidade do GDF. Se uma criminosa consegue adentrar um hospital público e roubar um bebê significa que o Estado está ausente. Onde estão as câmeras de segurança com as imagens para ceder à polícia?”, destaca Marli Rodrigues.

FALSO INVESTIMENTO

No início do governo, em 2014, houve o anúncio de que R$5,5 milhões de reais seriam investidos em sistema de monitoramento de segurança de última geração.

Os hospitais da rede pública de Saúde do DF receberiam mais 900 câmeras de segurança, com objetivo de reforçar a vigilância. Berçários, prontos-socorros e portarias seriam prioridade na instalação dos equipamentos. (Reveja o caso)

“Esse governo ainda não entendeu que o maior patrimônio são os pacientes e os servidores. Aonde está esse investimento? Estão promovendo esse caos de forma intencional. Eles querem desmontar para depois vim com uma solução milagrosa de cima para baixo (OSs), lembra a presidente do SindSaúde.

O sindicato ressalta ainda que o Ministério Público será acionado e declara que está na torcida para que as investigações apontem os culpados dessa tragédia. Além disso, disponibiliza todo apoio a família desse bebê. 

“Estamos falando de vidas e não de bois ou construções bilionárias”, frisa a dirigente sindical.

NEGLIGÊNCIA

No HRSM o caos está instalado. As roupas dos profissionais de saúde, mesmo com dificuldade, estão sendo lavadas na lavanderia do Hospital Regional do Gama (HRG), que chegou a ter as suas caldeiras interditadas por este governo.

Atualmente, existe um laudo técnico que determina o fechamento e a troca da caldeira, uma vez que, a mesma corre risco de explosão. Ou seja, pacientes e servidores têm suas vidas ameaçadas.

MAIS UMA IRREGULARIDADE

O SindSáude questionou a Secretaria de Saúde com relação ao contrato da instalação do sistema de segurança e mais uma irregularidade é constatada. Segue nota do órgão na íntegra:

A licitação para a aquisição de câmeras de vigilância aconteceu em 2012, no governo anterior. Naquele ano, a Secretaria de Saúde licitou a compra de câmeras de vigilância, além dos serviços de gravação, monitoramento e instalação e manutenção, para todos os hospitais da rede pública, além do Parque de Apoio (onde está localizado o almoxarifado da SES/DF) e para o prédio da Administração Central.

Ao todo, o custo do contrato era de R$ 5.301.854. Porém, foi suspenso, no ano seguinte, por descumprimento do cronograma de instalação, por parte da empresa vencedora do processo. Em 2013, somente 95 das 900 câmeras previstas na licitação foram instaladas, sendo que nenhuma delas faz a gravação de imagens, uma vez que essa etapa do processo de instalação não foi concluída.

O Tribunal de Contas do Distrito Federal identificou irregularidades na contratação e recomendou a suspensão do contrato, que atualmente está sendo auditado pelo órgão. Após a auditoria, a Secretaria de Saúde irá tomar as devidas providências. O mais provável é que seja a contratação de uma nova empresa.

A empresa contratada, à época, recebeu 80% do valor, mas 20% ficou retido pelo não cumprimento da instalação de todos os equipamentos, conforme previsto na contratação.

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