Já escassos por conta das manobras econômicas para conter os efeitos da pandemia de Covid-19, os concursos públicos tendem a ser cada vez mais raros na União, Estados e municípios se for aprovada a Reforma Administrativa proposta pelo governo.
Suspensos até 2021, como contrapartida de Estados e municípios para o recebimento de auxílio financeiro da União, os certames devem diminuir ainda mais, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Congelamento de concursos
Guedes voltou a defender o congelamento dos concursos públicos e ampliação das contratações temporárias esta semana.
Para ele, a alternativa é investir em soluções tecnológicas para reduzir as admissões.
“Quando você dá um choque digital, a taxa de reposição cai bastante. Se aposentam 10 pessoas, contratamos uma ou duas”, destacou o ministro durante um debate sobre a reforma administrativa promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).
A própria reforma administrativa já prevê certames apenas para reposição nas chamadas carreiras típicas de Estado.
Para outras áreas, haverá uma seleção. Com as mudanças, o ministro estima uma economia de R$ 300 bilhões em 10 anos.
Reforma seletiva
A proposta do governo não considera, no entanto, todas as carreiras na reforma administrativa.
Enviada ao Congresso Nacional pelo Palácio do Planalto, o texto, se aprovado como está, não afetará magistrados, parlamentares, militares e membros do Ministério Público.
“Essa categorias estão entre as que têm remunerações mais altas no serviço público. Não podemos chamar isso de reforma administrativa, o que o governo Bolsonaro está promovendo é uma perseguição aos Servidores do Executivo. Não há reforma desse jeito”, afirma a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.
Se a emenda constitucional for aprovada não precisa ser submetida a sanção presidente da República. Ela é promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado, passando a integrar definitivamente o texto da Constituição.
Com informações do Metrópoles