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terça-feira, 16 abril, 2024

Em licença para tratamento de câncer, servidora do HRAN tem desconto em salário

Mesmo homologando documento, técnica em enfermagem teve faltas em relatório e desconto de R$ 2,6 mil. Trabalhadora já questionou com provas e não obteve resposta

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SindSaúde DF
SindSaúde DF
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

A servidora Ester Napoles, lotada atualmente no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), está de licença médica para tratamento contra um câncer. Não bastasse a dor da doença, ela enfrenta  nesse momento um drama na unidade hospitalar, onde presta serviço há cerca de 5 anos, que tem tirado seu sono e causado transtornos pessoais e financeiros.

Segundo Ester, técnica em enfermagem, sua chefia direta e chefia do RH do HRAN registrou faltas e descumprimento de carga horária enquanto ela estava de licença homologada. Com essa informação errada por parte da chefia, a servidora recebeu seu contracheque de abril com desconto de R$ 2.496,42. Imediatamente, Ester questionou e não obteve resposta. Então ela abriu um processo no SEI (Sistema Eletrônico de Informações).

Ao receber o contracheque de junho, nova surpresa:  ocorreu outro desconto de R$ 188,14 por supostas faltas, mesmo ela estando de licença médica. A história se arrasta e causa prejuízos à servidora, já tão abalada pela doença.

Entenda:

Ester conta que descobriu o câncer em 4 de novembro de 2019 e precisava iniciar o tratamento de imediato. Seu primeiro atestado foi homologado para o período de 20/11/2019 a 07/02/2020. Em fevereiro deste ano, ainda em tratamento, homologou, após passar por junta médica, seu segundo atestado, esse com validade de 08/02/2020 a 30/04/2020.

Ester ainda sofre com a doença e passa por nova fase de quimioterapias. Diante de todos os fatos, foi necessária uma terceira homologação do atestado, essa com validade até o fim do próximo mês de agosto.

A profissional relata que tentou resolver a situação por diversas vezes na chefia direta, no HRAN, e chefia de RH da unidade hospitalar, mas não teve sucesso.

Desrespeito

“Eles chegavam a dizer que eu precisava ir pessoalmente no HRAN para resolver e apresentar os documentos, sendo que já fiz isso antes de iniciar o tratamento, depois anexei as homologações pela internet. Não tenho condições físicas de ir ao HRAN, ainda mais que a unidade agora é o hospital de referência para tratamento da Covid”, relata emocionada.

Desde que observou o primeiro desconto equivocado, Ester abriu processo no SEI e anexou a ele todas as licenças homologas por junta médica. Mesmo assim, não houve a devolução do desconto indevido, que seria referente a supostas faltas no mês de fevereiro de 2020.

“Eu trabalho na SES há 20 anos e não imaginei passar por uma situação dessa justamente quando eu mais preciso. É humilhante. Já falei diretamente com meu chefe da Enfermagem e com a chefia do Departamento Pessoal. Foi difícil até para eles ouvirem meu relato. As pessoas queriam que eu fosse no HRAN provar algo que já provei, que passei por junta médica”, lamenta Ester.

Ester entrou em contato com o SindSaúde para pedir auxílio.  “Não sei onde começa ou onde termina o problema. Sei que o Departamento Pessoal do HRAN não resolve. É Muito falho.”

A presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, afirmou que não descansará enquanto a situação da servidora estiver resolvida.

“É uma junção de inúmeras falhas. O que está acontecendo com a Ester é a soma de várias incompetências de gestores dentro do HRAN. Os que não erraram nesse processo, erraram por omissão. Vou falar pessoalmente com o Secretário de Saúde, Francisco Araújo, e buscar uma solução”, afirma.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde não comentou o fato e não respondeu aos questionamentos sobre o andamento do processo que pede a devolução dos recursos.

“A falta de sensibilidade da gestão do HRAN, num momento tão difícil da vida dessa colega beira à crueldade! Acompanhamos várias ações da sociedade e dos governos que buscam valorizar o profissional de saúde e, no entanto, esse departamento de pessoal do HRAN anda na contramão, se negando a analisar o processo da servidora. Se não tem competência para analisar e deliberar por que não mandaram para instância superior? Os responsáveis por isso são mais nocivos que a COVID-19. Se aproveitam da fragilidade da doença para humilhar quem tanto contribuiu com a Pasta. Não acredito que ações dessa natureza tenham respaldo na alta gestão! Procurarei o secretário de Saúde, pessoalmente, para levar essa demanda e buscar a solução. Se o servidor está afastado por motivo de saúde como ele pode pagar o banco negativo em tempo hábil? É justo fazer o desconto por que o prazo findou? Acredito que não! Lutaremos para corrigir essa injustiça com a Ester e tantos outros servidores que se encontram na mesma situação!”, finaliza Marli.

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