Funcionários da UTI neonatal do Hospital Regional de Sobradinho, no Distrito Federal, passaram a usar ventiladores para refrescar os bebês internados nos últimos três meses. O ar-condicionado da unidade está quebrado e, segundo a Secretaria de Saúde, só pode ser consertado a partir de janeiro.
Com dezenas de equipamentos eletrônicos ligados ao mesmo tempo, o espaço fica mais aquecido que o ambiente externo e precisaria de um resfriamento reforçado. Para amenizar o calor e evitar que os bebês fiquem desidratados, os profissionais de saúde também passaram a abrir portas e janelas para aumentar a ventilação – uma medida que pode aumentar o risco de contágio por micro-organismos.
O técnico em ótica Ricardo Lacerda tem um filho recém-nascido internado na unidade. O bebê nasceu com 600 gramas e está em uma incubadora, com pouca ventilação. Segundo ele, o acesso ao local é restrito e a direção do hospital não responde às dúvidas dos pais sobre a saúde das crianças.
Na verdade, a gente não tem resposta, a gente não tem nem acesso. A gente não recebeu nenhuma visita”, diz. Em um vídeo enviado à TV Globo, outro pai conta que o filho estava prestes a receber alta, mas teve uma infecção causada por um fungo e voltou a ser internado.
A dona de casa Laís Feliciana da Silva deu à luz um bebê em Sobradinho, há cerca de um mês. Bruna Vitória nasceu prematura, aos seis meses de gestação, com apenas 800 gramas. Laís monitora a situação da filha na UTI neonatal, mas afirma que tem sido difícil aguentar as altas temperaturas.
“As enfermeiras que trabalham lá, quando colocam o capote, ficam todas suadas, porque o calor é imenso”, afirma. Segundo a Secretaria de Saúde, uma empresa foi contratada para fazer a manutenção do ar-condicionado, mas o contrato só começa a valer em janeiro. Até lá, não há como consertar os aparelhos.
Fonte: G1 DF