O dia 1º de dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Para marcar a data, a Secretaria de Saúde iniciou, nesta segunda-feira (23), a Semana Distrital de Prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). O objetivo é conscientizar a população sobre as medidas preventivas e o tratamento da doença.
Fazem parte das atividades previstas pela SES a testagem de HIV, Sífilis e Hepatites B e C nas unidades básicas de saúde (UBSs), a distribuição de preservativos e ações educativas aos pacientes.
HIV/Aids
A síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) é a manifestação clínica da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) que, ao longo de diversos anos, destrói as células do sistema imunológico e torna a pessoa vulnerável a diversas doenças que podem inclusive levar a óbito.
O vírus é transmitido através de relações sexuais com uma pessoa infectada ou com o contato com o sangue infectado. A gestante com HIV também pode transmitir a doença para o filho durante a gravidez, no parto ou na amamentação com o leite materno infectado (transmissão vertical).
O estigma do preconceito
Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) aproximadamente 38 milhões de pessoas no mundo vivem com HIV (dados até o fim de 2019). Deste número, 81% conheciam seu estado sorológico positivo para HIV, ou seja, 19% vivem com o vírus e não sabem, por consequência não se tratam.
Atualmente, ainda não existe cura. Porém, com cuidados médicos apropriados, o HIV pode ser controlado, aumentando a qualidade de vida do paciente e diminuindo as chances de transmissão. Daí a importância de fazer um teste e o diagnóstico precoce.
Em entrevista ao SindSaúde em 2018, a infectologista da SES-DF, Sonia Geraldes, afirmou que o grande desafio ainda é o preconceito e os tabus do vírus no país. Para a especialista, é preciso desmistificar o HIV. “O teste precisa ser mais comum como qualquer outro. Poucas pessoas conhecem o teste. Até mesmo os profissionais da saúde quase não solicitam os testes de sorologia para os pacientes”, afirma e complementa: “Evoluímos no tratamento, mas no preconceito não evoluímos ainda. Ele afasta as pessoas do diagnóstico e do tratamento, é preciso vencer esta barreira”.
Carga viral indetectável
De acordo com o Portal da SES, no DF, 92% dos pacientes com HIV/Aids em tratamento adequado conseguiram alcançar a carga viral indetectável, o que reduz a quase zero a chance de desenvolverem infecções oportunistas ou até mesmo de transmitir para outra pessoa.
“Hoje em dia tratamento também é sinônimo de prevenção. Apesar de ainda não ter sido encontrada a cura, é possível manter a doença crônica controlada”, destaca a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Beatriz Maciel Luz.
Ao todo, são oito unidades públicas de saúde especializadas no DF: Hospital Dia (508 Sul), ambulatórios dos hospitais regionais de Sobradinho, Ceilândia e Universitário de Brasília e nas policlínicas de Taguatinga, Lago Sul, Planaltina e Gama.