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sexta-feira, 19 abril, 2024

Cresce a infecção por HIV no DF e o preconceito ainda é uma barreira

1º de dezembro marca o Dia Mundial de Luta contra a Aids

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SindSaúde DF
SindSaúde DF
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal

Foi divulgado pela Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS) da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o boletim epidemiológico com a situação epidemiológica do HIV e da Aids no DF. De acordo com a Pasta, de 2014 a 2019, foram notificados 4.102 casos de infecção pelo HIV e 2.150 casos de Aids no DF. Só no ano passado foram 752 novas notificações.

A SES alerta para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce para controle da infecção (HIV) e o não desenvolvimento da doença (Aids).

No dia 1° de dezembro, vários países comemoram o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Essa data foi instituída para conscientizar a população para a importância da prevenção e diagnóstico, promover o debate sobre o tema, e incentivar a análise sobre a aids pelos órgãos públicos.

HIV no DF

De acordo com o boletim, em 2019, no DF, 92% das pessoas em tratamento com terapia antirretroviral (TARV) apresentaram carga viral indetectável, ou seja, a adesão ao tratamento reflete na redução no número de casos de doentes com Aids.

Os dados apresentam que os casos de Aids, que é a doença, tiveram redução entre 2014 e 2018. Em 2019, porém, o aumento foi de 2,8%. Já os casos de infecção por HIV continuam a crescer ao longo dos anos.

Para a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Beatriz Maciel Luz, as estratégias de prevenção adotadas pela rede pública de saúde podem ter favorecido para que a situação não fosse pior. “Essas estratégias, como a oferta de testagem, por exemplo, fazem com que as pessoas que vivem com HIV sejam diagnosticadas precocemente iniciando o tratamento de forma oportuna”, afirma a gerente.

O coeficiente de mortes em decorrência da aids (por 100 mil habitantes), no DF, de 2014 a 2019, apresentou redução de 30% passando de 4,6 para 3,2 óbitos por 100 mil habitantes. Em números absolutos, foram 671 mortes no período, sendo 73,2% (491) em homens e 26,8% em mulheres (180).

O maior número de novas infecções por HIV está na faixa etária de 20 a 29 anos (46%).

Onde testar?

A SES oferece em todas as unidades básicas de saúde e no Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA), localizado na Rodoviária do Plano Piloto, testes para detecção do HIV. Assim como, preservativos masculinos e femininos e gel lubrificante.

HIV e o preconceito

Em entrevista ao SindSaúde em 2018, a infectologista da SES-DF, Sonia Geraldes, o grande desafio ainda é o preconceito e os tabus do vírus HIV no país. Segundo a especialista, é preciso desmistificar o HIV. “O teste precisa ser mais comum como qualquer outro. Poucas pessoas conhecem o teste. Até mesmo os profissionais da saúde quase não solicitam os testes de sorologia para os pacientes”, afirma, e completa: “Evoluímos no tratamento, mas no preconceito não evoluímos ainda. Ele afasta as pessoas do diagnóstico e do tratamento, é preciso vencer esta barreira”.

Doutora Sonia diz que as pessoas já chegam doentes porque não procuraram o teste previamente. “O objetivo é que todos os portadores sejam acompanhados e cheguem ao estado indetectável, ou seja, não transmissíveis”, conclui a especialista. No Brasil os remédios são distribuídos gratuitamente.

O HIV não obedece a grupos de risco, todos estão vulneráveis ao vírus. Basta estar em uma situação de exposição, e poderá contraí-lo. Para Sonia a maior barreira ainda são os paradigmas que o vírus carrega desde o seu início. Segundo ela, “ainda é o preconceito quem mata meus pacientes. Por causa dele as pessoas não buscam o tratamento, seja por vergonha ou medo e acabam morrendo. Apesar dos índices cada vez mais baixos de mortalidade por causa da Aids, ainda perco muitos pacientes por ano”.

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